Uma das mesas de debates mais aguardadas da programação da Cúpula Brasileira de Inovação em Saúde, segundo os organizadores, foi a que abordou A relevância dos ambientes de inovação no mundo pós-pandemia. Na última quinta-feira, 5, em uma das salas de teatro do Brasil 21 Cultural, que fica em Brasília/DF, e diante de uma plateia composta por pesquisadores, representantes da indústria farmacêutica, de agências de inovação, de parques tecnológicos e de gestores públicos, o diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, apresentou alguns dos dispositivos desenvolvidos em solo potiguar e que contaram com a cooperação técnica de cientistas de várias partes do mundo.
“Vou destacar aqui o Osseus, que realiza teste para indicar se a pessoa tem ou não indicativo para desenvolver osteoporose; o multiteste para sífilis e HIV, que pode ser aplicado para hepatites e Doença de Chagas no futuro, além de todas as tecnologias desenvolvidas para as pessoas que têm doenças raras, dentro do Projeto RevELA, como o Autonomus, que atua como ferramenta de comunicação alternativa de baixíssimo custo para quem tem Esclerose Lateral Amiotrófica; e o Registro Nacional de pacientes com ELA, para ajudar na indução de políticas públicas nessa área”, enfatizou Valentim durante sua explanação.
Ao lado de Chico Saboya, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Sandro Scarpelini, diretor-presidente do Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto/SP (Supera Parque), e Marcio de Paula, idealizador da Rede Brasileira de Inovação Farmacêutica (RBIF), o diretor executivo do LAIS/UFRN convidou os presentes a fazerem uma reflexão sobre as perspectivas após o lançamento, pelo Governo Federal, da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com previsão de investimentos de R$ 42 bilhões até 2026. “É preciso desburocratizar o acesso aos recursos para que ocorra a redução do déficit da balança comercial brasileira, pois a soberania das nações é preservada por quem detém conhecimento e tecnologia”, concluiu.
Segundo Sandro Scarpelini, dirigente do Supera Parque, startups que funciona no interior de São Paulo e abriga diversas empresas healthtechs, de base tecnológica criadas com objetivo de solucionar problemas do setor da saúde: “nossa dependência econômica é muito grande, na área da saúde em especial, quase 90% de tudo que a gente utiliza, seja de luvas cirúrgicas até produtos mais sofisticados, como stents e medicamentos, vem do exterior. Uma das maneiras de se quebrar isso, é estimular os novos parques e os já existentes com financiamento público e privado”.
Para o diretor-presidente da Embrapii, Chico Saboya, “o que a gente observa é que o país ainda tem um nível de investimento muito inferior àquele necessário para que a gente possa fazer nossa indústria de fármacos avançar e colocar o Brasil no patamar que ele merece estar”. O representante da entidade fomentadora de projetos de inovação aproveitou para destacar que a “Embrapii tem desenvolvido uma linha de programas de incentivo à indústria farmacêutica, que consiste na tripartição das responsabilidades financeiras”, como forma de estimular a indústria a acelerar a inovação.
“Eu acho que a razão de ser desse evento é dar oportunidade para as pessoas conhecerem aquilo que vai além da mídia, aquilo que vai além da sua vizinhança, em termos de tecnologias novas, em termos de startups ou até de programas de governo, e fazer com que essas pessoas estejam no mesmo ambiente e possam se encontrar, propor ideias e parcerias”, avaliou o fundador da RBIF e um dos organizadores do evento, Marcio de Paula.
Sobre a Cúpula
A Cúpula Brasileira de Inovação em Saúde é um evento promovido pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), pela Rede Brasileira de Inovação Farmacêutica (RBIF) e pela Biominas Brasil, como um espaço de conhecimento, de estabelecimento de conexões e de geração de negócios em saúde. O evento foi realizado de 4 a 6 de outubro de 2023, na capital federal.
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Fonte: Agecom/UFRN