A visita domiciliar é um importante instrumento de trabalho do assistente social, é por meio desta, que é possível uma aproximação e conhecimento da realidade vivida por usuários, familiares e rede de apoio. A periodicidade destas depende de cada objetivo e lugar de atuação, podem ser pontuais, mensais e anuais, não existe um tempo determinado, mas sim, um objetivo definido para cada visita.
A Casa Durval Paiva atua, há 28 anos, na missão de acolher crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas e suas famílias, oferecendo, além de hospedagem, alimentação e transporte, uma atenção multidisciplinar aos seus assistidos. Diante disso, a visita domiciliar é de extrema relevância para um cuidado integral.
São visitados, anualmente, todos os pacientes e esse é um momento ímpar na atuação da assistência social, não de forma isolada, mas multidisciplinar, pois, é a partir do que é apreendido nas visitas que são subsidiadas outras intervenções e encaminhamentos interdisciplinares/intersetoriais.
É como se fossem traduzidas as nuances que cada assistido e sua família. Na visita domiciliar, percebe-se, muitas vezes, demandas e situações veladas, que não foram suscitadas em nenhum outro atendimento social. Em alguns momentos, até o silêncio e as negativas revelam inúmeras questões. Com o passar do tempo e visitas domiciliares periódicas, o profissional se torna conhecido e até esperado pela família. Muitas vezes, com novidades boas ou ruins do tratamento oncológico.
Para o profissional, a visita domiciliar mais difícil é quando o paciente não está, pois fica o sentimento de casa vazia, que além de sentido pela família, também reverbera no eu pessoal do profissional. Contudo, esta é uma visita importante e fundamental, para um processo de fechamento e consolidação do acompanhamento, pois, desde o diagnóstico, a família é acompanhada e, após o óbito, o acolhimento, escuta e alguns encaminhamentos são fundamentais, nesse momento, pois a família também precisa do suporte social.
A casa está vazia, pois aquele filho(a), irmão(a), neto(a), sobrinho(a), não está mais lá, mas ficaram os pertences pessoais, como fotos, roupas, brinquedos e, em alguns casos, até o cheiro, que remete às boas lembranças. Entretanto, o mais importante é que a vida segue.
Nesse momento, durante a visita domiciliar, é oferecido um suporte psicossocial, que é fundamental e, acima de tudo, respeita-se o tempo e o espaço que cada família precisa. O mais importante é estar presente.
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Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP