O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou, nesta quarta-feira (21), que autorizou a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) a liberar o tráfego nas alças da Ponte de Igapó, ao termo da primeira etapa das obras de segurança da Avenida Felizardo Moura, restabelecendo a configuração normal do equipamento. No dia 29 de março, o tráfego nos dois sentidos foi desviado para a alça no sentido zona Norte/Centro, na altura do km 85,40.
O órgão federal divulgou ainda que irá realizar uma obra de restauração na Ponte de Igapó, cujo projeto ainda está em elaboração. O investimento total será de R$ 21,8 milhões destinados à restauração de toda a extensão das duas pontes. A execução dos serviços, segundo DNIT, está prevista dentro da vigência do contrato, cujo prazo final do contrato é agosto de 2024. Não foi informado, no entanto, quando a obra deve começar.
A obra foi anunciada três meses após os ataques e nove meses depois do início da obra de requalificação da Felizardo Moura. A Prefeitura de Natal aguarda resposta de uma solicitação para reunião com o órgão federal, encaminhada no dia 6 deste mês, de acordo com a Secretaria de comunicação. O pedido foi feito pois é intenção do município fazer o alargamento da ponte para que ela se adeque às alterações feitas na avenida Felizardo Moura, de acordo com anúncio do prefeito Álvaro Dias (Podemos) em reunião com empresários de Natal para tratar da engorda de Ponta Negra, na manhã desta quarta-feira.
A prefeitura não falou, no entanto, sobre aplicação de recursos, início ou duração dessa obra de alargamento. Apenas que aguarda retorno do DNIT e que a readequação é necessária para promover uma melhoria no tráfego para a população da zona Norte de Natal. “Vão ser alargamento, adequações, já que a felizardo está sendo recuperada”, comenta o secretário adjunto. A ponte já é alvo de críticas em Natal devido a má infraestrutura, que prejudica diariamente o trânsito da cidade.
Em nota, o DNIT volta a firmar que a estrutura da ponte não foi comprometida pelo artefato explosivo, não havendo risco de colapso. “Já sobre os estudos dos danos causados pela explosão em março deste ano, foi concluído que não houve comprometimento à estrutura da referida ponte. Portanto, não há risco de colapso, tendo sido recomendada a recomposição dos elementos danificados”, diz.
Desde então, a faixa afetada é a sentido zona Norte-Centro, prejudicando o dia a dia dos trabalhadores que precisam se locomover diariamente pela ponte. “Antes já era difícil, levava cerca de 1h para chegar na zona sul, agora a gente chega a levar mais de 2h em engarrafamentos que antes eram em horário de pico e agora, se você passar em um horário mais tranquilo, você vai ficar em engarrafamento do mesmo jeito. Essa é a realidade”, comenta o jornalista Manoel Ataíde, 24.
O lugar também é espaço de diversos problemas estruturais como rachaduras aparentes e falta de guarda-corpo que deixam em evidência a falta de cuidados por parte do poder público. Desde o início do ano, o DNIT já falava em realizar vistorias e restauração, mesmo sem prazo para que fosse acontecer ou mais detalhes que mostrasse a efetividade da proposta.
Entenda
No dia 21 de março deste ano, um grupo de criminosos colocou um artefato explosivo em uma das vigas da Ponte de Igapó. A explosão assustou moradores, comerciantes e passageiros que transitavam pelo local. Alguns afirmaram ter sentido tremores. Em seguida, a PM afirmou se tratar de um recipiente com pólvora prensada, similar a fogos de artifício.
No dia seguinte, o Itep fez vistoria no local. Como conclusão, o diretor do instituto, Marcos Brandão, afirmou que a explosão não havia causado danos sofridos e que a rachadura encontrada na base da ponte havia sido causada por desgaste ao longo do tempo. Na manhã seguinte, o CREA fez uma segunda vistoria, na intenção de analisar a extensão dos danos. O resultado foi o oposto ao do instituto. A equipe de engenheiros vê que a rachadura encontrada foi sim resultado da explosão e recomendou, ainda mais, o bloqueio total da via.
Crédito da Foto: Magno Nascimento
Fonte: TRIBUNA DO NORTE