A única certeza que temos é a de que um dia iremos morrer. Porém, a morte é algo tão ruim e temido, que se torna difícil discorrer sobre ela. Sem falar nas perdas, todos tememos perder alguém que amamos e, em qualquer profissão ou espaço de atuação, é desafiador lidar com a morte, as perdas e despedidas, pois, não estamos preparados para enfrentá-las.
O câncer carrega significados pesados e, por muitas vezes, está atrelado ao diagnóstico a sua relação com a morte. Entretanto, sabemos que, ao longo do tempo e com o avanço da medicina, bem como do diagnóstico precoce, os índices de cura têm crescido. Porém, ainda hoje, lidamos com muitos pacientes que chegam com diagnóstico tardio, avanço da doença e as perdas são grandes, o número de óbitos ainda é considerável e não são números, são vidas, pessoas queridas e amadas.
Na atuação do assistente social, na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, há a necessidade de lidar com as perdas e não é algo fácil, pois a convivência cotidiana aproxima, devido às preocupações, mas também, com carinho. É como uma grande família.
Lidar com a morte, com o luto, requer do profissional uma espécie de controle, que é difícil de explicar, pois há o sentimento, contudo, naquele momento, é necessário que a intervenção profissional seja realizada da melhor forma possível. Por mais simples que seja, no contato telefônico com a família, na articulação com o município, para conseguir o benefício eventual de auxílio funeral, quando a família não possui condições financeiras de arcar com os custos do funeral, até no abraço ou no silêncio que acolhe, quando já está tudo organizado para despedida.
O suporte social é fundamental antes, durante e após o tratamento e o acompanhamento no luto é ainda mais importante, pois o paciente partiu, mas deixou a família, que adoece e sofre junto. Ela necessita de apoio, não só do assistente social, mas também do psicólogo e dos demais profissionais de apoio, pois retomar a vida sem um filho ou qualquer ente querido não é fácil.
Considerando que muitos pais e acompanhantes pararam suas vidas, por um determinado tempo, para se dedicarem ao cuidado, muitos relatam a dificuldade em retomar atividades antes realizadas, o retorno ao trabalho ou ao cotidiano familiar.
É necessário um suporte e acolhimento para família, assim como, para os profissionais, pois estes, também, precisam aprender a lidar com a morte e com esse luto, que é compartilhado.
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Fonte: assessoria de Comunicação/CDP