O Instituto Nacional de Câncer (Inca) posiciona o câncer do colo do útero, ou cervical, como o terceiro mais frequente entre as mulheres. A incidência acontece por meio da infecção do HPV, um vírus que causa alterações celulares que evoluem para a doença. De acordo com o Inca, essas alterações são fáceis de detectar através do exame citológico preventivo — conhecido como Papanicolau — e quase sempre são casos curáveis. Frente à urgência de identificar e prevenir esse problema de forma ampliada, a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) da UFRN mobiliza o evento Prevenção do câncer de colo uterino: mutirão de coleta do Papanicolau.
A ação faz parte de um projeto de intervenção integrado à campanha Março Lilás, mês de conscientização e combate ao câncer do colo uterino. Foram selecionadas cerca de 100 pessoas, na faixa etária dos 25 aos 64 anos, dando-se prioridade às que são consideradas grupo de risco: têm de 35 e 49 anos (período prioritário de risco) e as que nunca fizeram a citologia ou não a realizam há mais de três anos, período máximo indicado para o intervalo entre exames. O mutirão acontece no dia 8 de abril, no ambulatório da MEJC.
A atenção às etapas de pré, durante e pós-atendimento é fundamental no projeto. No dia 24 de março foi realizada uma capacitação com a equipe articuladora em um treinamento e simulação no Laboratório de Habilidades Clínicas da UFRN. No total são 30 profissionais envolvidos no mutirão, incluindo preceptores da residência médica, médicos internos, enfermeiras da atenção básica, farmacêuticos, biomédicos, colaboradores do Departamento de Análises Clínicas da UFRN e a própria equipe de assistência da MEJC e do ambulatório.
Segundo Ana Karla Freitas, coordenadora e participante do mutirão, é importante que o cerne da questão de prevenção seja abordado e trabalhado para além da campanha do Março Lilás. “A campanha é um momento, mas temos disponibilidade para que esse preventivo seja colhido anualmente. Percebemos que na atenção básica à saúde existe uma certa ociosidade, então vamos acompanhar todo o processo de atendimento para que, depois da coleta, a paciente saiba o que fazer e para onde ir”, reforça.
Seguindo os propósitos de um acompanhamento completo do início ao fim, as participantes passarão, no dia do evento, por um momento de orientação sobre cuidados e importância da prevenção do câncer. Após o exame serão marcados teleatendimentos para a entrega dos resultados — exceto às que apresentarem lesões, que serão atendidas presencialmente. O processo aplicará o que se chama de tripé diagnóstico básico do câncer de colo de útero: exame citopatológico (Papanicolau), colposcopia e biópsia.
Ana Karla ressalta que, em casos de lesões ou alterações celulares detectadas, os procedimentos posteriores serão feitos pela própria MEJC, evitando que a paciente tenha que depender de serviços externos. “O grande problema das campanhas é o momento de pós e a pergunta: ‘o que fazemos sobre as pacientes que participam?’. O projeto é mais do que apenas uma campanha preventiva, é uma pesquisa do seguimento dessas pacientes após o exame. Por isso, vamos acolher a paciente com alteração nos resultados no próprio serviço da maternidade”.
O mutirão se inicia às 12h30 e tem a duração necessária para atender a todas pessoas selecionadas presentes. O local contará com 10 salas de atendimento, cada uma com um profissional. Dentre a equipe, há grande expectativa para a ação e já existe o planejamento de realizar um segundo evento futuramente, devido à alta procura e ao rápido preenchimento de inscrições.
Imagem: Anastácia Vaz
Fonte: Agecom/UFRN