Presente na luta contra o novo coronavírus desde o início da pandemia, o Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já realizou mais de 185 mil exames para detecção da covid-19 em pacientes do estado. Até a tarde dessa quarta-feira, 9, o número era de 185.645 testes, mas o trabalho não para. A Direção do Instituto explicou que manterá a vigilância por pelo menos mais 12 meses e que sua equipe está preparada para realizar até mil testes por dia.
Dos 185.645 exames realizados, a maioria foi de RT-qPCR (Real-Time — Quantitative reverse transcription). Foram 175.689 (até ontem), dos quais 33,64% (59.108) foram positivos, 64,42% (113.187) negativos e 0,13% (225) inconclusivos. 1,63% (2.857) ainda estavam em análises. Também foram realizados 130 testes rápidos de antígeno (68 reagentes e 62 não reagentes), disponibilizados pelo Ministério da Saúde. O teste rápido e o qPCR são ideais para detectar a infecção, mas nos casos de negativados dos testes rápidos apresentarem sintomas, é recomendado fazer o PT-PCR. O IMT tem dado esse apoio a partir de amostras de pacientes nessas condições.
Outro teste realizado pelo Instituto é o sorológico. 9.826 amostras foram analisadas. Como esse exame possui dois marcadores, a Imunoglobulina M (IgM) e a Imunoglobulina G (IgG), são apresentados dois resultados: IgM — 1.207 reagentes e 8.799 não reagentes; IgG — 3.456 reagentes e 6.370 não reagentes. Os anticorpos da classe IgM aparecem primeiro e os da classe IgG somente após 14 dias do contágio. Se os dois deram negativos, o paciente não teve contato com o vírus; IgM positivo e IgG negativo indicam que o paciente está com o vírus ativo, quando é o contrário, significa que a pessoa já teve covid-19. Se os dois anticorpos derem positivo, significa que a infecção é recente.
Atualmente, o IMT utiliza esse tipo de testagem apenas para fins de pesquisa. Como o exame sorológico detecta a presença de anticorpos no sangue, o método era uma alternativa para definir o quadro antes das vacinas.
Para manter a realização dos testes, o IMT ainda dispõe de material comprado com recursos do Ministério da Educação (MEC) e, mais recentemente, tem recebido apoio das prefeituras de Natal, Mossoró e Apodi. Ao longo do trabalho, o Instituto recebeu apoio ainda do Ministério Público do Trabalho e da empresa JBS. As pesquisas desenvolvidas em andamento a partir dos resultados desses testes têm apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da JBS.
Quadro atual
De acordo com a diretora do IMT, médica e pesquisadora Selma Jerônimo, é possível observar que a média de infecção está caindo. “Duas semanas atrás, foi detectado 75% de positividade. Ontem (quarta-feira, 9) a média foi de 35%. Na semana que terminou o dia 31 e na semana anterior, parece ter sido o pico da (variante) Ômicron. Houve uma discreta diminuição, não significativa ainda, mas acredito que a semana que terminou no dia 7 já vai dar uma sinalização de que está em queda franca. Estamos observando isso tanto no privado quanto no público”, ponderou.
Ainda segundo ela, o retorno das atividades presenciais tem de acontecer, mas o cuidado tem de ser o mesmo. “É preciso continuar usando máscara. A vacina é super importante, porque diminui mortalidade e morbidade. A infecção prévia provavelmente também, então essa combinação é importante, mas não barrou a Ômicron, e a gente não sabe o que está por vir. A arma que se tem é a máscara, assim como as demais medidas de biossegurança”, reforçou Selma Jerônimo.
Fonte: Agecom/UFRN