O câncer é considerado um problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, no ano de 2030, ocorram 27 milhões de casos novos de câncer, com 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas convivendo com a doença. O câncer bucal é responsável por quase 3% dos casos no mundo e o carcinoma de células escamosas (CCE) é a neoplasia maligna mais comum, correspondendo a, aproximadamente, 90 a 95% de todas as neoplasias malignas encontradas nesta região.
No Brasil, o câncer oral é preocupante, com alta incidência e mortalidade na população. De acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer de cavidade oral representa quase 4% de todas as neoplasias malignas, sendo o quinto mais incidente entre os homens e o 12º entre as mulheres. Ele é mais prevalente nas Regiões Sudeste, Nordeste e Sul do país. Grande parte dos casos diagnosticados da doença são detectados em sua fase avançada, em indivíduos de baixa renda, com pouca escolaridade e com limitado acesso aos serviços de saúde.
No entanto, essa neoplasia pode ser prevenida, por meio de ações que facilitem a identificação dos principais fatores de risco, que são, em sua maioria, de ordem socioambiental, e pela realização de práticas que busquem o diagnóstico precoce de lesões suspeitas, possibilitando, assim, maiores chances de cura e um aumento da sobrevida dos pacientes, especialmente entre os idosos.
O câncer da cavidade oral é mais comum em homens caucasianos na quinta década de vida. Tabagismo, etilismo e algumas infecções virais, como por papilomavírus humano (HPV) ou Epstein-Barr vírus (EBV), também, são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer oral, tendo sido demonstrados por vários autores na literatura. Esse tipo de câncer pode ser detectado com visualização da cavidade oral em busca de lesões, sendo um método de baixo custo e que pode ser feito pelo próprio indivíduo. Apesar disso, a maior parte dessas neoplasias é diagnosticada nas fases mais avançadas da doença (estágios III e IV).
A literatura científica reconhece que os dois principais fatores de risco relacionados ao câncer bucal são o hábito de fumar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. No entanto, outros fatores têm sido associados ao desenvolvimento do câncer de boca e orofaringe, que incluem agentes biológicos, como o HPV, higiene oral precária, história pregressa de neoplasia do trato aerodigestório e exposição à luz ultravioleta em excesso (câncer de lábio). A luz ultravioleta representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer de lábio, já que a incidência aumenta, principalmente, nas pessoas de pele clara, com ocupações externas e que residam ou trabalhem em áreas rurais.
Na Casa Durval Paiva, o serviço de odontologia realiza, com frequência, o exame clínico da cavidade oral dos pacientes, buscando sempre o diagnóstico precoce, a sensibilização dos familiares e a realização de orientações a respeito da importância da manutenção da saúde bucal para a prevenção do câncer de boca.
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Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP