O jornalista, produtor cultural e roteirista Ricardo Tayra, acaba de lançar seu novo projeto “Amarelo Seletivo“, uma obra inspirada na própria infância sobre a cultura japonesa e os preconceitos que seus descendentes sofreram quando criança, não querendo ser confundido com japonês e passar longe de qualquer coisa relacionado à cultura japonesa.
A história é sobre André, um garoto de 10 anos, nipo-brasileiro, que recebe a notícia que vai mudar de escola e a partir daí ele começa a perceber e questionar o preconceito que sofre por sua origem oriental. E também fica curioso sobre a terra dos seus avós – Okinawa, a região do Japão onde nasceu o Karatê. Então o menino começa a se interessar sobre a importância da representação e da representatividade, da inclusão de descendentes de japoneses em todos os espaços possíveis.
A trama se passa em 1986, então as leitoras e leitores poderão identificar diferenças e situações que se repetem até hoje. O Brasil de 35 anos atrás era bem diferente: por exemplo, não haviam celulares, muito menos internet. Em uma época antes da chegada de uma onda de cultura pop japonesa no Brasil, com as telesséries Jaspion e Changeman (em 1988); os mangás Lobo Solitário (1988) e Akira (1989); e os animes (animações japonesas) Cavaleiros do Zodíaco (1994), Dragon Ball (1996) e Pokémon (1997). Isso não é necessariamente mencionado na história, mas reflete no clima da HQ, direta ou indiretamente.
O projeto desta revista em quadrinhos contará com 20 páginas, arte colorida com técnica de aquarela, formato A5 (meio sulfite) e sentido de leitura ocidental (da esquerda para a direita). Trata-se de um mangajin: inspirada no estilo dos quadrinhos japoneses (mangás), mas adaptada à uma forma brasileira – portanto não-japonesa (gaijin) – de criar. Os desenhos estão praticamente prontos, vamos finalizar a editoração da revista durante a campanha.
O roteiro é do Ricardo, que já trabalha há 10 anos com produção de eventos, mas essa será sua primeira HQ autoral e a arte é da ilustradora e quadrinista, Talessa Kuguimiya, bisneta de japoneses (yonsei) e autora de quadrinhos como Deimos e Phobos (recém indicada ao Troféu HQMIX).
O projeto encontra-se no financiamento, Catarse, para quem quiser adquirir a HQ por lá, e ainda receberá na pré-venda, assinada pelos autores.
Para conhecer e apoiar esse projeto no Catarse, acesse o endereço abaixo:
Lúcio Amaral é jornalista e advogado pós-graduado em Direito e Processo Trabalhista. Certificado de Estudos Aprofundados em Psicanálise. Ganhador do II Prêmio de Rádio e Jornalismo em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo MPT em 2008.