Me deparo com um artigo na Folha de São Paulo que, para atacar o liberalismo em si, acaba atacando um partido político, único que tem verdadeira essência liberal. O texto traz falácias e mais falácias sobre objetivos do liberalismo e tenta, através dessas falácias, trazer a falsa narrativa de um tal “neo liberalismo” que teria como o objetivo a proteção dos ricos em detrimento dos mais pobres.
Burke e Smith, pais do conservadorismo e do liberalismo.
Bem, os liberais de hoje continuam a defender as mesmas pautas que os liberais clássicos defendiam no século 18 e 19. Liberdades e direitos individuais, tais como a vida, propriedade privada, liberdade de expressão, também o livre mercado e muitas outras ferramentas que fizeram o Mundo todo que se dispôs a seguir esses ideias, um mundo mais livre e próspero.
Antes das revoluções burguesas, o que tínhamos por todo o Mundo eram tiranos e mais tiranos e uma ideia comum de que a escravidão de súditos e de presos de guerra era algo normal e natural. Foram os liberais que ousaram colocar em cheque o poder dos reais absolutistas e a escravidão pelo mundo. São os liberais que se opuseram e continuam se opondo a qualquer tipo de aumento de poder político e principalmente centralizado.
São os liberais que se opõem duramente a toda e qualquer política identitária que, ao invés de propor soluções definitivas e simplórias, como as cotas, para problemas complexos, joga toda a sociedade numa eterna luta de classes. O liberal de verdade não aceita qualquer tipo de discriminação, seja ela social, de gênero, religiosa ou racial, promovendo sempre caminhos para que tenhamos igualdade de oportunidades.
O texto do jornal tem a pachorra de atacar a ideia de parcerias do Estado com instituições privadas na educação pública, acusando essa ideia de tentativa de desmonte do ensino público, como se esse tivesse algo de bom a ser mostrado em resultados, ignorando o sucesso desse tipo de ação mundo afora, até em países exaltados pelo progressismo, como a Suécia.
O texto traz como exemplo de liberalismo, a descriminalização do aborto na Argentina. O aborto nunca foi uma pauta liberal. O liberal, desde os tempos de Locke e Smith, e como escrito acima, tem em sua essência a defesa pela vida e o bebê que está no útero de sua mãe é uma vida. Podemos discutir, aliás devemos discutir sobre quando se inicia a vida, mas não existe consenso nas trincheiras liberais soibre esse assunto e simplesmente dizer que ser contra o aborto é ser conservador é simplesmente ignorância total sobre o tema, ou falta de honestidade intelectual.
Nenhuma outra ferramenta consegue proporcionar prosperidade e mobilidade social ascendentes como a Livre Mercado. Desde que Adam Smith escreveu sua obra prima A Riqueza das Nações, ninguém conseguiu demonstrar ou criar nada que possibilite fazer com que um cidadão comum consiga, com seu próprio trabalho e esforço, prosperar na vida. Obviamente que existem algumas distorções, e praticamente todas elas, proporcionadas pelo próprio Estado, tais como: subsídios fiscais, educação e saúde públicas em frangalhos, regimes diferenciados de aposentadorias, salários distorcidos entre a classe produtiva e o serviço público, diferença de investimentos em educação superior e de base, enfim, como diria Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel de economia, “não se deve esperar que o Estado resolva os problemas que ele mesmo criou”.
Milton Friedman
O liberalismo não procura defender ninguém, nem rico e nem pobre, pois acredita realmente no esforço de cada um e no potencial do indivíduo, mas isso não quer dizer que o iberal seja contra a interferência do Estado em situações claras de necessidade, muito pelo contrário. Programas como o Bolsa Família, que na cabeça de muita gente é tido como um prgrama progressista, tem em sua base as ideias de Milton Friedman, liberal da Escola de Chicago.
Fica clara a intenção do autor de flertar com os dois extremos de nosso espectro político, pois ele sabe que tanto liberais quanto verdadeiros conservadores não se deixam levar por esse clima hostil onde ser independente e fiel a princípios, valores e ideais não é mais permitido, porque esse tipo de atitude, como nos séculos 18 e 19, é subversivo e nada confortável pros déspotas dos século 21. Onde já se viu existirem pessoas que não estejam sujeitas às ordens dadas pelos comandantes do reino do #FECHADOCOMMEUPOLÏTICODEESTIMAÇÃO?
Eduardo Passaia
Turismólogo e liberal
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