A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Natal, iniciada nesta sexta-feira 23, vai continuar durante o fim de semana. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro), apenas 40% da frota estará circulando em Natal.
Os rodoviários cobram das empresas de ônibus o pagamento do vale-alimentação e do plano de saúde, benefícios que foram suspensos no início da pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, houve audiências na Justiça do Trabalho, mas os rodoviários não chegaram a um acordo com os patrões.
Alternativos também param
Além dos motoristas e cobradores de ônibus, os permissionários do transporte alternativo aderiram ao protesto nesta sexta. Eles pararam de rodar e, em protesto, fecharam pela manhã trechos das avenidas Rio Branco e Deodoro da Fonseca, nas imediações do viaduto do Baldo.
À tarde, a categoria fechou o cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho. A interrupção impediu o fluxo de veículos do principal cruzamento viário da capital potiguar. Os motoristas do transporte alternativo reclamam que nem todos os opcionais recebem cartões de passagem, o que dificulta o atendimento aos passageiros – que só podem pagar a viagem com dinheiro.
A categoria alega ainda que houve redução nos valores entregues para quem presta o serviço. Eles afirmaram que, caso o Seturn não modifique o sistema de rateio, novas paralisações serão feitas já na próxima segunda 26.
Seturn diz que greve “pune” a sociedade
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros (Seturn) afirmou, em nota, que a greve dos rodoviários “pune” a sociedade ao forçar a” inobservância de protocolos sanitários de prevenção à Covid-19”.
Segundo o Seturn, na última audiência de conciliação, foi assegurado o pagamento do benefício do plano de saúde e solicitada a suspensão da greve até o dia 29 para negociar o valor do vale-alimentação e outros benefícios. No entanto, não houve acordo.
Para o Seturn, “a intransigência do Sintro em não aceitar a continuidade das negociações revela o cunho político da manifestação, pois qualquer ajuste que fosse realizado somente seria objeto da folha de pagamento de outubro, em 9 de novembro”. O Seturn alega ainda que a crise causada pela pandemia tem dificultado a concessão de benefícios.
As empresas de ônibus também repudiaram o que classificaram como “ato de terrorismo praticado pela Transcoop Natal (transporte alternativo), que bloqueia vias públicas com o objetivo de prejudicar ainda mais a população natalense”.
“As questões quanto a forma de distribuição das vendas do vale transporte é objeto de aprovação regular de assembleia sindical, onde teve assento a própria Transcoop — que não se opôs à metodologia de rateio”, diz o sindicato das empresas de ônibus, chamando o movimento de “político e eleitoreiro”.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir