Selma Jerônimo começou seu trabalho de pesquisadora com um problema e muita vontade de resolvê-lo. O problema era o grande número de casos leishmaniose em Natal. A vontade de resolver era tanta que era preciso criar a estrutura de pesquisa clínica na UFRN. Foi a publicação de um primeiro artigo que permitiu dar início a toda a busca por compreender as doenças que surgem na nossa região.
Agora, ela enfrenta a pandemia da Covid-19 com a experiência de quem já enfrentou, em busca do
Na direção do Instituto de Medicina Tropical, Selma coordena uma equipe de colaboradores de diversos departamentos da UFRN, além do trabalho de estudantes voluntários, todos voltados para reunir a maior quantidade de dados sobre o novo coronavírus e tentar contribuir para melhor entender a infecção, reduzir o sofrimento e as mortes pela doença. Até agora, foram realizados mais de 40 mil testes para a doença que, além de tentar conter a transmissão, poderão ajudar a compreender a resposta imunológica do corpo humano.
A pesquisadora reforça o altruísmo dos voluntários e pesquisadores das diversas áreas da instituição durante a pandemia. “A experiência que tivemos nesse período mostra que teremos uma geração futura muito comprometida com os problemas sociais”, afirma Selma, que também acredita que esse é justamente o papel da universidade.
A dupla formação de Selma Jerônimo em Ciências Biológicas e Medicina pela UFRN permite que ela foque o olhar desde o ser humano por inteiro até os fenômenos que acontecem dentro de cada célula. Foi assim no doutorado, em 1994, quando defendeu a tese “Alterações no Conteúdo e na Estrutura dos Glicosaminoglicanos Ácidos em Tecidos e Urina de Pacientes Portadores de Neoplasia” na Universidade Federal de São Paulo.
Além de professora titular da UFRN, Selma Jerônimo preside a Academia de Medicina do Rio Grande do Norte e acabou de deixar a presidência da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. Em 2011, recebeu o título de membro-honorária da Sociedade Americana de Medicina Tropical e, em 2014, foi agraciada com o Impact Award da Universidade de Iowa, onde também é professora visitante. Selma também está vinculada à Universidade da Virgínia, ambas nos Estados Unidos, onde também tenta contaminar os estudantes com a centelha da curiosidade e da vontade de descobrir novas respostas para velhos e novos problemas da sociedade.
Por Iano Flávio Maia
Fonte: Agecom/UFRN