Uma coalizão internacional de sindicatos apresentou denúncia nesta segunda-feira (18) à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) contra o McDonald’s, acusando a rede de “assédio sexual sistêmico” nas lanchonetes de vários países.
No Brasil, o Ministério Público do Trabalho recebeu ao menos 23 queixas de assédio moral, sexual e discriminação racial.
Segundo as acusações, os funcionários sofreriam com comentários vulgares, em alguns casos, seriam vítimas de toques, beijos forçados e até de tentativas de estupro e agressões físicas, sem que a empresa tome qualquer tipo de medida efetiva para conter ou impedir abusos.
Embora o grupo McDonald’s seja formalmente sediado nos Estados Unidos, a denúncia foi apresentada a um centro da OCDE na Holanda, o NCP (Dutch National Contact Point), responsável por observar as diretrizes da organização para empresas multinacionais.
Também estão citados na queixa dois bancos de investimentos: o holandês APG Asset Management e o norueguês Norges Bank. Eles controlam grande parte do capital da gigante mundial.
O órgão deve decidir em três meses se dará início a um processo de mediação com a companhia, que pode levar a um modelo de conduta para operações em todo o mundo.O documento detalha as falhas da administração global do McDonald’s em lidar com o assédio sexual e a violência de gênero em sete países: Austrália, Brasil, Chile, Colômbia, França, Reino Unido e Estados Unidos.
Assinam o texto a União Internacional de Trabalhadores da Alimentação (International Union of Foodworkers), a Federação Europeia de Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo (European Federation of Food, Agriculture and Tourism Trade Unions), a brasileira União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato Internacional de Trabalhadores em Serviços (SEIU, dos Estados Unidos e Canadá).
A coalizão afirma que se trata da primeira denúncia de “assédio sexual sistêmico em uma multinacional” dentro dos princípios das diretrizes da OCDE –que preveem que as multinacionais e seus acionistas respeitem os direitos trabalhistas.
Fonte: Notícias ao Minuto
Imagem: Reuters