O livro de hoje é sobre uma época dura que não só o Brasil, mas toda América Latina estava passando que eram o terrível golpe militar, aonde o jornalista Roberto Sander retratou em seu livro 1968 , Quando a Terra tremeu, sendo o ano-chave para a história mundial e brasileira, com episódios emblemáticos em que o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar.
Com uma trama narrativa em que é avançado mês a mês aos acontecimentos, tratando dos mais variados assuntos, desde a Guerra do Vietnã, passando pela primeira visita de Mick Jagger ao Brasil, indo para a África em pleno Apartheid, onde acontecia o primeiro transplante de coração bem-sucedido do mundo, em Havana, onde Fidel Castro fazia um expurgo no Partido Comunista cubano e para as viagens espaciais que preparavam a chegada do homem à Lua.
Sander fala de todas as conquistas de uma geração que se preocupava com a conjuntura da época, entre essas conquistas estavam desde uma simples discussão sobre sexo em salas de aula à um avanço da moda que era era reflexo da rebeldia daquela geração, ou então do uso da pílula anticoncepcional, que provocava mudanças no comportamento da mulher brasileira.
Além de abordar o uso da maconha pela classe média alta, muitas vezes até como forma ideológica, a necessidade de ler autores que tinham uma visão revolucionária, como Karl Marx, Trotsky, Guevara. O jornalista ainda abordou as diversas e emblemáticas revoluções que se passava naquela época em seu livro, que muitas foram responsáveis de moldar o mundo nos seus aspectos sociopolíticos e culturais.
São 12 capítulos de Sander organizou em uma apresentação, escrita pelo próprio autor e jornalista, na primavera de 2017, bem como três páginas de bibliografia. A contracapa traz uma breve nota escrita por Ruy Castro. A obra mostra um dos anos mais impactantes, em todos os aspectos, da história da humanidade.
Fonte: O Barquinho Cultural