Apesar de ainda não ter uma cura conhecida, as pessoas que possuem o HIV (vírus da imunodeficiência humana) podem contar com um tratamento para ajudá-las a ter uma vida normal, e até mesmo inibir a presença do vírus na corrente sanguínea. Tratamento esse que pode ser encontrado no Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que oferece acompanhamento e distribuição de medicamentos para os usuários diagnosticados com o HIV que moram na capital.
Muitos são os receios e os medos que o diagnóstico positivo pode trazer para quem descobre que possui o vírus do HIV. “Na primeira consulta, eu digo para eles que isso não é um diagnóstico de morte, Hoje é um diagnóstico de vida”, comenta Jaqueline Almeida, uma das enfermeiras que atende no SAE, sobre o tratamento oferecido pelo centro, e que hoje pode oferecer uma melhor qualidade de vida para quem é diagnosticado com o vírus.“Primeiro, fazemos o acolhimento, que chamamos de abertura de prontuário. Nesse ato, já solicitamos os exames que são de importância para iniciarem o tratamento. Eles só começam com a medicação com os retrovirais quando recebem o resultado de carga viral e CD4 (que mede a contagem das células do sistema imunológico, principal alvo do vírus).”, explica a enfermeira, que é uma das responsáveis por esse primeiro contato com os pacientes.
Após a realização dos exames, eles são encaminhados a um dos cinco infectologistas da equipe do SAE (que é formada também por enfermeiros, técnico de enfermagem, farmacêutico, psicólogo e nutricionista), e só depois o tratamento com a medicação é iniciado. “Graças a Deus, com o avanço da medicina existem esses medicamentos, e é muito bacana eles aderindo ao tratamento. É vida, é qualidade de vida, que não impede que eles tenham uma vida normal.”, comenta Jaqueline.
O uso dos retrovirais deve ser contínuo pelos pacientes, que devem tomá-los diariamente e seguir uma rotina, “É como se fosse uma doença crônica, como se você tivesse uma hipertensão. Todo dia você toma aquele medicamento para controlar, então da mesma forma são os retrovirais daqui.”, explica a enfermeira, que fala sobre os benefícios que o tratamento diário traz às vidas das pessoas que convivem com o vírus, “Com pouco tempo de uso, a carga viral vai ficar não detectável, o vírus já ficou adormecido na corrente sanguínea.”.
Com cerca de 20 novos casos semanalmente registrados no serviço, Jaqueline ressalta a importância da educação e de campanhas como o Dezembro Vermelho, que discutam e falem abertamente sobre o tema, principalmente com o público mais jovem. “O que temos recebido todos os dias, são jovens, e a gente vê que a questão da prevenção não está sendo trabalhada com eles, que eles não estão fazendo sexo seguro.”.Apesar de o tratamento possibilitar uma qualidade de vida aos portadores do HIV, o vírus ainda não possui cura. E o preconceito e a desinformação ainda criam muito estigma na sociedade, e até mesmo para as pessoas que possuem o vírus, e que, muitas vezes, desconhecem o tratamento oferecido na rede de saúde. “Teve um rapaz que chegou e disse ‘olhe, sabe qual foi a primeira vontade que me deu? De ir para a ponte e pular’, então eu disse a ele ‘ainda bem que você não foi pular e que você está aqui comigo’”, confidencia a enfermeira.
Fonte: Prefeitura de Natal