O cinema é um meio poderoso de evidenciar temas importantes que merecem a atenção da sociedade, e esse é o elemento mais rico de Bate Coração.
Dirigido por Glauber Filho (“As Mães de Chico Xavier“), o filme propõe uma discussão sobre a doação de órgãos e o preconceito através da história de Sandro, um publicitário homofóbico e mulherengo que após sofrer um ataque cardíaco durante a noite de Ano Novo, precisa urgentemente de um transplante de coração. Ao perceber que seu comportamento mudou depois do transplante, o protagonista descobre que o coração que lhe deram pertencia a
Isadora, uma travesti que morrera na mesma noite de sua cirurgia, e fica extremamente revoltado com a situação.
Se de um lado acompanhamos o personagem de André Bankoff, descobrindo como se tornar uma pessoa melhor e valorizar a nova oportunidade de vida que lhe foi dada, do outro acompanhamos Isadora, ou melhor, seu espirito, tendo dificuldades para deixar sua antiga vida para trás.
Visualmente as câmeras também exploram poucos os ambientes de Fortaleza, cidade onde foi gravado o longa, mas isso não chega a ser um problema sério, levando em consideração que o filme proporciona uma experiência mais intimista e simples, focando mais no desenrolar das vidas pessoais dos protagonistas.
Com uma pegada que lembra Ghost, só que em versão comédia, a obra consegue falar com um tom bem suave sobre assuntos sérios, mas, infelizmente, se aprofunda pouco em sua mensagem principal.
Fonte: O Barquinho Cultural