O secretário municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), Tomaz Neto, garantiu que a Prefeitura do Natal vai dar conclusão à implantação do enrocamento na orla das praias das zonas Leste e Sul da capital potiguar.
De acordo com o titular da pasta, a Caixa Econômica Federal informou, na última terça-feira, 30, a liberação de R$ 2 milhões para que sejam concluídas as obras.
“Foi liberada a quantia para darmos seguimento às obras de enrocamento pelas praias. É algo necessário para contermos a erosão e evitarmos danos maiores para a orla e para os trabalhadores que tiram o sustento por lá”, explicou o secretário em contato nesta quarta-feira, 31, com a reportagem.
A obra teve início no primeiro semestre de 2014 com caráter emergencial e tem o intuito de dar uma solução momentânea para os processos de destruição ocasionados pelo avanço do mar.
Dono de um quiosque na praia de Ponta Negra, João Maria, de 54 anos, trabalha há 36 na região. Ele conta que, antes do enrocamento, em uma ocasião, sofreu com a “maré alta”, que chegou a levar pertences do seu comércio.
“Antes da obra deu uma maré alta que levou tudo que eu tinha no quiosque. Por sorte, eu e meus funcionários estávamos presentes e conseguimos recuperar boa parte do que o mar havia levado”, relatou.
Apesar de controlar a erosão, o enrocamento, que nada mais é do que a colocação de grandes pedras às margens das calçadas, também é visto de forma negativa por alguns trabalhadores e banhistas. Eles alertam que as pedras criam um ambiente propício para a proliferação de insetos e, principalmente, roedores, que já foram flagrados em várias ocasiões.
Para o comerciante Aldemir Henrique, de 47 anos, a obra, mesmo com seus “benefícios”, causou prejuízo para o comércio local. Ele acredita que a propagação de pragas tem afastado as pessoas das praias. “Traz prejuízo por causa da proliferação de ratos e baratas, coisas que já estavam previstas desde antes da obra. Isso afasta as pessoas que querem comprar e conhecer. Além do mais, para que fossem instaladas, ficamos um tempo sem trabalhar, o que também gerou prejuízos”, lamentou.
Além desse, a Prefeitura também tem outro projeto para conter o avanço do mar, que é a engorda. Este, no entanto, ainda está em fase de estudos pelo Executivo.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir