Meia Noite
Agora os dois ponteiros se juntam e apontam para o céu; doze badaladas soam do velho relógio. O seu som me traz recordações de muitos tempos atrás. Sons, vultos que os identifico facilmente. De repente um amor adolescente, ou juvenil, escorre em minha face, levando-me não sei pra onde. Quero fugir e não consigo, seus olhos e seus lábios me prendem e me sufocam. Os ponteiros continuam unidos e direcionados para um só ponto. Vou deixar que eles se separem e me conduzam para onde devo ir. Espero que me levem a ti.
Meia noite e nada.
Por Múcio Amaral da Costa – advogado e poeta potiguar