A comuna urbana do MST localizada às margens da BR-406, próximo ao bairro de Igapó, em Natal (RN), foi atacada por policiais militares fortemente armados por volta das 19h, da sexta-feira (21).
Pelo menos 10 viaturas da polícia militar fizeram uso da força para queimar e destruir objetos pertencentes às famílias, inclusive retirando e queimando a bandeira do movimento.
Aproximadamente 200 famílias moram na ocupação, situada num terreno que pertence à empresa estadual Datanorte.
Segundo os acampados, a ocupação ocorreu de forma pacífica até que a polícia militar chegou sem nenhuma ordem judicial, intimidando-as para saída imediata.
As famílias permanecem no local reivindicando o terreno da empresa Datanorte para fins de construção de moradia Urbana.
“Seguimos em resistência, organizando as famílias e em defesa dos direitos humanos e exigimos que as autoridades competentes assegurem a garantia da ocupação e a segurança das crianças, idosos, homens e mulheres que se encontram na área”, disse o MST em nota.
Ataque da PM à comuna do MST não partiu do Comando da PM, diz vice-governador
De acordo com o vice-governador do Estado Antenor Roberto, os ataques de policiais militares à comuna do MST ocorridos sexta-feira (21), no bairro de Igapó, em Natal, não partiram do Comando da PM.
À pedido da governadora Fátima Bezerra, ele ficou responsável pelas providências junto à secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Em contato com a agência Saiba Mais na manhã deste sábado (22), Antenor Roberto afirmou que no início da próxima semana ele vai se reunir com o secretário de Segurança coronel Francisco Araújo e o Comando da Polícia Militar para definir um protocolo de mediação de conflitos com movimentos sociais, entre eles o MST.
– Um comandado não pode tomar nenhuma iniciativa sem contato com o Comando. Pelo que sei não havia nenhuma ordem judicial e também não se sabe ao certo se o imóvel era privado ou público. Então vou me reunir com o secretário de defesa social e o comando da PM para estabelecermos protocolos de forma que, dentro do que a lei prevê, sejam assegurados os direitos de todas as partes. O controle do comando da PM precisa ser o primeiro a saber”, disse.
Roberto disse que várias versões desencontradas chegaram sobre o ataque. A primeira ação, segundo informações preliminares, teria sido feita pela guarda municipal de São Gonçalo do Amarante, com a chegada da PM em seguida:
– Combinamos que é preciso ter muito cuidado para lidar com esse fato. Chegaram muitas versões e o governo tem que fazer mediações. Ficaram notícias desencontradas, inclusive sobre a natureza de ocupação, se se tratava de área de ocupação mesmo. Alguns disseram que começou com a guarda municipal de São Gonçalo do Amarante e só depois a PM apareceu. Então, é preciso ter calma”, comentou.
Fonte: Agência Saiba Mais
Imagem: Agência Saiba Mais