O que é competência, afinal de contas? Se eu perguntar a você (e a todos que estão lendo esse artigo): Você é um profissional competente? Baseado em quê você pode fundamentar a resposta? Quais os parâmetros para distinguir uma pessoa realmente competente de outra que precisa se desenvolver para atingir a competência profissional? Perguntas, perguntas e mais perguntas… Vamos destrinchar!
O conceito atual sobre competência diz que ela possui três aspectos, três partes bem distintas: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Uma pessoa, em seu campo de atuação, seja ele uma telefonista, um professor ou uma médica, por exemplo, precisa ter a soma desses três aspectos em harmonia.
Parece complicado, mas não é, muito pelo contrário, uma pessoa competente é aquela que tem um ótimo conhecimento técnico, cognitivo sobre o que faz, tem as necessárias habilidades para executar aquele conhecimento na prática, e, por fim, tem vontade de fazer sua tarefa da melhor forma possível.
Vou simplificar ainda mais: Competente é aquele que SABE, SABE FAZER e QUER FAZER, ou seja, tem conhecimento, habilidade e atitude para entregar excelentes resultados em sua área de atuação.
Saber é ter conhecimento total sobre sua área de atuação. Quanto mais complexo sua área, suas tarefas e sua profissão, maior será a necessidade de aprofundar nos conhecimentos. E aí não tem boquinha, não. É preciso estudar muito, ler muito, buscar fontes diversas, fazer fichamentos, resumos, exercícios.
Saber fazer é colocar aquilo que leu, que estudou, que maturou, amadureceu, para fora, no mundo real. Não adianta saber muito e guardar para si, feito um túmulo de conhecimento. É preciso botar para fora tudo o que absorveu. Grave isso, o conhecimento só é valido se executado. Captou?
Querer fazer é ter atitude! Poxa vida, sem a gana, a sede, a vontade de ser um excelente profissional, nem saia da cama. O desejo move o mundo, o universo. Uma vontade que precisa ser cultivada. É preciso uma boa dose de paixão por fazer com gosto, com perfeição, sim eu estou falando de brilho nos olhos.
Com o conceito do que é competência clara em sua mente, vamos aos fatos. Todo mundo é competente? Infelizmente não. Talvez até tenha muita gente que se diz competente, ou por desconhecer do que se trata ou por, digamos, malandragem mesmo. É cada peça rara se achando, cala-te boquinha.
Vejo profissionais que se auto sabotam, enganam, ou pelo menos tentam enganar a si mesmos e aos que estão a sua volta, com uma supervalorização de si. Preferem mal utilizar o marketing pessoal a se depararem com o fato de que não possuem as características necessárias para ser um bom profissional.
Mas eu discordo de que competência é para poucos, não é isso que minha experiência mostra em anos de mercado de trabalho. Vejo muitos excelentes profissionais, em diversas áreas, muito bem preparados, com vontade de fazer acontecer, porém, muito mal gerenciados, mal aproveitados, aí fica difícil.
Por fim, afirmo e reafirmo, competência é para quem quer!
É para quem tem ambição de ser muito bom naquilo que faz, quem realmente se importa com a execução de suas tarefas. Para quem tem o desejo de se tornar um profissional de excelência, diferenciado no mercado de trabalho.
Buscar a competência exige tempo, trabalho, muita disciplina e dedicação. Não basta só gritar que quer ser competente, aliás, é melhor nem gritar. Aquela vontade tem que ficar no peito, alimentando a garra de construir para si mesmo um profissional “top de linha” como diz os meus abnegados alunos.
Mas nem todo mundo quer ser competente, eis a grande questão. Alguns só querem aparecer mesmo.
Jean Tavares Leite é Psicólogo Organizacional e professor universitário.
Crédito da Foto: IBC