Uma campanha que repara uma injustiça histórica. A Faculdade Zumbi dos Palmares lançou em abril o movimento Machado de Assis Real, que apresenta uma imagem do mais importante escritor brasileiro mais fiel à realidade, recriada com base em dados históricos e fotografias antigas, respeitando seus traços, sua origem e o tom da sua pele.
O objetivo do movimento, que conta com importantes vozes da comunidade negra, é fazer a primeira errata para reparar a injustiça racial na literatura do país, garantir que as próximas gerações conheçam a verdadeira história de Machado de Assis e inspirar jovens artistas negros do Brasil inteiro a se expressarem para superarem o preconceito racial.
O projeto conta também com o site www.machadodeassisreal.com.br, onde o público poderá baixar a imagem de Machado recriada, imprimir e atualizar seus livros remotamente. Também é possível participar de um abaixo-assinado online, solicitando que editoras e livrarias deixem de imprimir, publicar e comercializar livros em que o escritor aparece embranquecido e substituam a imagem preconceituosa pela foto certa de Machado de Assis.
Para dar escala ao movimento, adesivos com a imagem de Machado recriada serão encartados em livros na biblioteca da Faculdade Zumbi dos Palmares, onde todos os livros de Machado de Assis serão atualizados.
Até o final deste mês, o movimento entregará a foto de Machado de Assis corrigida e emoldurada à Academia Brasileira de Letras, instituição fundada e presidida pelo escritor mas que, até hoje, exibe em suas paredes, fotos do escritor embranquecido.
O movimento Machado de Assis Real é o primeiro fruto da fértil parceria entre a Faculdade Zumbi dos Palmares e a agência Grey Brasil, que começou em 2018, quando a escola passou a ser a provedora da maioria dos profissionais em início de carreira para vagas de estágio na agência.
Todos os alunos da Unipalmares que atuam na Grey, em diversas áreas, têm participação ativa no desenvolvimento da campanha.
“Machado de Assis já é reconhecido por todos pela sua genialidade. Agora está na hora de ser respeitado como um brasileiro negro, como realmente foi. Esse movimento vai corrigir um erro grave da história brasileira e encorajar novas gerações de autores negros a mostrarem sua identidade numa sociedade que é mais rica e diversa quando respeita a cultura negra”, diz Vanessa Holanda, estudante da Faculdade Zumbi dos Palmares e profissional envolvida no desenvolvimento da campanha na Grey Brasil.
Fonte: Agência Saiba Mais
Imagem: divulgação