O que estamos vendo, não em nosso nível de entendimento e influência, onde pouco conhecemos ou pouco influenciamos a vida política do país, mas com políticos, pensadores, artistas (sempre se metendo e passando vergonha) e agora, os influenciadores digitais, se aproveitando inescrupulosamente do acidente em Brumadinho para atacar a ideia das privatizações, partindo de um princípio tosquíssimo quando ligam o acidente a condição de empresa privatizada da Vale. Levantando até números indicando que antes da privatização da empresa, nada acontecia de acidentes. Pode até ser verdade, mas nesta conta, se não entrar o tamanho que correspondia a Vale na época pré privatização em comparação com os dias atuais, este argumento corre pelo ralo da insuficiência intelectual. Para que fizesse algum sentido, teríamos que esquecer inúmeros casos de acidentes ou crimes ambientais ambientais com a participação total do Estado. Teríamos que esquecer inúmeras mortes provocadas pela Petrobrás, aqui no Brasil, como no caso do incêndio na favela em Cubatão, em 84, apenas para ficarmos neste, onde estima-se que mais de 500 pessoas tenham morrido. Esqueceríamos de Chernobyl, na ex URSS, assim como o que restou do mar de Aral após o planejamento econômico central soviético para plantações de algodão na mesma URSS. A China é um caso a parte, pois os níveis de poluição do ar e da água são enormes.
Não existe outra maneira de encarar as privatizações como o único caminho brasileiro para desenvolvimento e benesses para o cliente final: a população. Não uma privatização com regulações que travem a chegada de novos players e assim, teremos concorrência e consequentemente, melhores preços e melhores serviços, como ocorre em qualquer país com mercado aberto. Isto, em qualquer área de atuação possível.
A tragédia que aconteceu nesta sexta feira é evidente descaso de todas as partes envolvidas no jogo. A Vale, que falhou e vem falhando seriamente em sua política de rejeitos e o Estado, tanto estadual quanto federal que tem dentre as suas funções, a fiscalização de barragens, tendo até uma agência nacional de fiscalização de barragens (ADESG).
E um país sério, não precisaríamos de todo este aparato com tamanha ineficiência, pois em um país sério, uma empresa como a Vale respeitaria as exigência, pois saberia que se não o fizesse seria punida civilmente e seus dirigentes, criminalmente, de maneira exemplar e sem puxa e encolhe.
Creio que esteja na hora de pararmos com o joguete de empurra-empurra e começarmos a cuidar de forma correta de nosso meio ambiente e não com atuações canastronas de militantes que mais parecem terroristas.
Chegou a hora de deixarmos estes tipos de aproveitadores falando sozinho e cuidarmos para que o nosso país não nade neste mar de lama intelectual.
Eduardo Passaia
Consultor em tecnologia, turismólogo e filiado ao Partido Novo