As muitas camadas de uma cidade
Enquanto alguns, como o operário Rory Lyons e a entregadora Ruby Hilyard, vivem na parte mais baixa e pobre da cidade, outros personagens estão cercados de riqueza e luxo, como a atriz Damnika e o artista circense Adrik. No fim, todos têm seus motivos para irem atrás de Frazer e provocar a derrocada da FALCORP.
Mudança de planos
Entretanto, a jogabilidade é totalmente voltada para o esquema tradicional de jogos de luta bidimensionais, com quatro botões de ataque, um de esquiva, diversos comandos para especiais e um super. O fato de ter um botão que precisa estar pressionado apenas para trocar de plano facilita o dinamismo da jogabilidade, permitindo alternar rapidamente entre pular, agachar e escapar do oponente ao se mover para o fundo ou a frente da tela.
Já as lutas de 2v2 são bem mais divertidas, pois os parceiros de uma mesma equipe podem simplesmente focar seus ataques em apenas um alvo, criando combinações extensas e devastadoras usando golpes curtos e de fácil execução. Talvez os jogadores mais tradicionais não gostem tanto do número de coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas isso não diminui o fato de que o serviço de colocar quatro jogadores ao mesmo tempo foi bem feito.
O Arcade não tem segredo: escolhemos um lutador e passamos por uma sequência direta de oito lutas. O Treino é bastante completo para um jogo indie, trazendo indicadores de frames e hitbox para a galera que gosta de calcular meticulosamente os danos causados.
Entretanto, senti falta de duas coisas que são padrão em jogos de luta: a primeira é um seletor de dificuldade para os modos Arcade e História. É estranho sentir que algumas lutas são rápidas e fáceis enquanto outras são um pouco mais trabalhosas, não havendo uma curva de aprendizado de fato; além disso, contamos apenas com o Treino para descobrir combinações e golpes especiais. Seria bem-vindo um modo para aprender combos básicos e avançados de cada personagem, os famosos “Trials”, ajudando assim a criar mais intimidade com as características de cada um.
Mais que uma carinha bonita
Temos os humanos regulares, como o operário ruim de saúde, a gângster e a atriz; até seres mais exóticos, como um ex-assassino que se tornou mágico, um cientista que usa um tanque de combustível portátil para planar e soltar rajadas de fogo, e uma lutadora de rua que conta com o auxílio de braços mecânicos sobressalentes. E, claro, também há um gigantesco autômato industrial, com alto poder destrutivo, mas de lentidão considerável.
Não é exagero dizer que escutar a trilha sonora separadamente do jogo traz um sentimento de assistir a um filme antigo, em preto e branco. E isso nem de longe é um problema.
Uma grata surpresa
Prós
- A estética dieselpunk foi uma ótima pedida para compor elenco, cenários e trilha sonora com características bem distintas do que temos atualmente no gênero;
- A jogabilidade com mudança de planos e com até quatro participantes cria um caos divertido;
- Comandos simples de aprender e que combinam bem com cada um dos personagens;
- Modo História entrelaça as narrativas dos personagens de maneira interessante;
- Online com partidas rápidas e pouco tempo de espera para encontrar adversários.
Contras
- Ausência de um seletor de dificuldade, pois a curva de aprendizado é um pouco agressiva;
- Um modo para aprender combos e peculiaridades de cada lutador viria a calhar;
- O excesso de coisas acontecendo ao mesmo tempo pode incomodar quem gosta de algo mais tradicional.
Diesel Legacy: The Brazen Age — PC/PS5/Switch/XSX — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PS5
Análise feita por Carlos França Jr.
Fonte: GameBlast
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