Em 1817, foi realizado o primeiro registro da prática de escalada no Brasil, com a subida ao cume do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, pela inglesa residente na capital carioca, Henrietta Carsteirs. Desde então, a atividade passou a ser comum no país, com a descoberta de vários locais a serem explorados. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o projeto de extensão Escalada na UFRN oferece uma estrutura para qualquer pessoa interessada nessa atividade esportiva.
O professor Hasswan Mohamed Elsangedy é o coordenador do projeto, criado em 2017. Atualmente, o espaço é utilizado por interessados da comunidade acadêmica e externa à UFRN. Segundo Elsangedy, o Rio Grande do Norte atrai diversos praticantes da escalada de todo o Brasil, que buscam explorar uma estrutura formada na cidade de Serra Caiada, a cerca de 78 km de Natal. Ao virem ao estado, muitos visitam a parede de escalada da UFRN, que é o único espaço público desse tipo no Nordeste, com uma estrutura que chega até seis metros de altura, em diversos níveis de dificuldade.
O muro de escalada da UFRN é um projeto do Departamento de Educação Física (DEF), inicialmente sob coordenação dos professores Hassan Elsangedy e Cheng Chao. Tem como proposta ser um espaço direcionado a desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão no contexto do esporte, contribuindo para divulgação, fomento, promoção e desenvolvimento da escalada no RN.
O espaço foi construído embaixo da escadaria do Ginásio 1 da UFRN, contando com duas paredes verticais. Em 2019, foi realizada a primeira reforma, com mudança de layout, quando uma das paredes verticais ganhou uma inclinação de 25°, contribuindo para a evolução dos escaladores frequentes. Em setembro de 2023, ocorreu a segunda mudança de layout, com a adição de uma inclinação de 10° na parte superior do muro vertical, que foi inaugurada com o 3º Festival de escalada da UFRN, contando com 32 escaladores.
Qualquer pessoa da comunidade acadêmica e externa pode participar das atividades desenvolvidas pelo projeto. “Se a pessoa nunca praticou, orientamos desde o início nesse processo até a pessoa ter habilidade para escalar, adquirir força nos membros e confiança para a atividade”, explica o professor Hassan Elsangedy.
Segundo ele, a parte de baixo da parede é bem favorável a quem está começando na escalada. À medida que vai adquirindo confiança vai aumentando a altura até que o praticante chegue aos desafios maiores. “Temos uma parte totalmente vertical e também com um grau de inclinação negativo, para pessoas que já estão com mais força, habilidade e consciência corporal”, complementa.
Para praticar, o docente destaca que não existe uma faixa etária definida. “Minha filha tem quatro anos e já começou a fazer pequenas escaladas. A atividade esportiva é muito democrática. Ela ajuda a relaxar mentalmente, na interação social, a melhorar a força, a flexibilidade e o foco, além de ser uma ação desafiadora do ponto de vista emocional”, coloca.
Não existe um horário fixo de utilização da parede de Escalada na UFRN, mas quem tiver interesse em saber sobre dias e horários para escalar, pode entrar pelo Instagram Escalada UFRN, no qual está disponível o link para o WhatsApp de contato do grupo.
Hassan Elsangedy informa que foi realizada uma capacitação com profissionais do esporte e pessoas que já tem conhecimento na atividade, com observação de aspectos de segurança e orientação aos praticantes. “Assim, quando alguém desse grupo vai vir escalar, se comunica com as pessoas para dizer que vão estar disponíveis no local, falando de qual hora a qual hora vai estar disponível/aberto para a prática”, explica.
Festival de Escalada UFRN
Como parte do projeto, será realizado neste mês de setembro o 4º Festival de Escalada UFRN. O evento acontece no dia 14, das 16h às 20h, na parede localizada embaixo da escadaria do Ginásio 1 da UFRN. Participarão do Festival cerca de 30 escaladores, divididos em três categorias, Open, para os mais experientes; Iniciante feminino; e Iniciante masculino.
Segundo Debora Hashiguchi, que é uma das responsáveis pelo muro de escalada, o evento contará com 12 boulders (escalada baixa) com os mais variados graus de dificuldade, para atender a todos os inscritos. “O objetivo principal do festival é a diversão, é um momento em que, por meio do apoio e da confraternização com outros participantes, o escalador busca superar suas próprias dificuldades”, ressalta.
Para ela, o muro de escalada vem se consolidando a cada ano e o Festival tem se tornado uma tradição, com cada vez mais interessados. Com o encerramento do evento, teremos a contagem de pontuação de cada escalador e, por fim, a premiação dos cinco melhores classificados na categoria Open e dos três melhores classificados em cada categoria iniciante.
O evento conta com o patrocínio do Podcast Café com Magnésio e do espaço de calistenia Hangar 42.
Imagens: Debora Hashiguchi
Fonte: Agecom/UFRN