Os princípios dos cuidados paliativos devem ser bem compreendidos pelos profissionais que cuidam de pacientes com uma doença grave que ameaça a continuidade da vida. Alguns desses princípios são reafirmar a vida com sua importância e compreender a morte como processo natural sem antecipá-lo nem o prolongar.
Em um determinado momento, o tratamento pode não promover a cura, nem aumentar a expectativa de vida dos pacientes. Ainda assim é fundamental que o paciente receba cuidados da equipe multiprofissional, de forma integrada, para proporcionar qualidade de vida, conforto e alívio dos sintomas, sejam eles físicos, emocionais, sociais ou espirituais.
O fisioterapeuta, como em qualquer outra situação, deve elaborar o plano terapêutico de acordo com o que faz sentido para os pacientes. Há casos em que, mesmo no processo de finitude, eles realizam atividades de vida diária de forma independente, como tomar banho, se vestir e se alimentar. Assim, devemos ter como objetivo manter a mobilidade e força muscular. Os exercícios devem ser realizados respeitando a tolerância, para que não haja sobrecarga e lesões musculares.
Em outras situações o foco deve ser o manejo dos sintomas como dor e dispneia (falta de ar). O fisioterapeuta pode utilizar vários recursos para alívio da dor, como eletroestimulação, terapia manual e técnicas de relaxamento. Se o paciente fica muito tempo na mesma posição, exercícios de mobilidade, mesmo que realizados de forma passiva, promovem conforto. Dependendo da causa da dispneia, ajuste no posicionamento e vento no rosto, como o que é gerado por um ventilador, pode proporcionar alívio.
Quando não promover benefícios, os exercícios devem ser suspensos e promover medidas de conforto deve fazer parte das metas do fisioterapeuta. A família deve ser orientada sobre a melhor forma de cuidado, seja no ambiente hospitalar ou no domicílio.
Um papel que também é importante para o fisioterapeuta, junto com os demais membros da equipe, é identificar e proporcionar a realização de desejos dos pacientes. Podem ser os mais variados. Desde comer a comida de alguém da família, por exemplo, o bolo feito pela avó, ou sair do hospital para ir em casa ou na escola rever amigos e professores. Desde que não cause malefícios, tudo deve ser planejado para que o paciente tenha sua autonomia valorizada e experimente momentos significativos no fim de vida.
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Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP