Olhar para a frente e saber o que há no horizonte. Esta é uma metáfora que serve para muitos propósitos na vida, mas, quando se trata de administração pública, ter uma perspectiva clara do que está por vir não pode ser apenas um desejo, mas uma previsão concreta. É por isso que, entre os diversos instrumentos de gestão disponíveis, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estabelece um Plano de Gestão como guia para decisões, transformações e resultados futuros. A edição do Plano de Gestão 2023-2027 é um exemplo de solidez e maturidade, refletindo um compromisso de gestão consolidado graças ao empenho contínuo do corpo técnico e das administrações que têm feito da UFRN um modelo administrativo no Brasil.
O escopo desse conjunto de estratégias abrange toda a estrutura administrativa da UFRN – Arte: Paiva Rebouças – Agecom/UFRN
O plano descreve, de forma simplificada, como a Universidade atualiza sua visão de futuro, seus objetivos estratégicos e sua missão, considerando a realidade brasileira e o contexto estadual. Ética, democracia, pluralismo e diversidade são os pilares do Plano, que sustentam o compromisso com a qualidade acadêmica, a gestão universitária, a valorização das pessoas, a inclusão, a inovação, o empreendedorismo, a cultura, o esporte e a sustentabilidade.
Conforme dados do Plano de Gestão de 2023, a cada dez estudantes, um cursa doutorado ou mestrado na UFRN. São, ao todo, mais de 6,4 mil alunos na pós-graduação – Arte: Letícia Sousa/Adaptado – Agecom/UFRN
Hoje, mais da metade dos cursos de graduação da UFRN possui Conceito 4, pela avaliação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), cuja nota máxima é 5; mais de um terço dos cursos de pós-graduação tem conceito entre 5, 6 e 7 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que estabelece como máximos as notas de 5 a 7 para cursos de mestrado e doutorado, respectivamente.
Estratégia, indicadores e monitoramento
Para dar conta da imensa missão preconizada pelo Plano de Gestão, a Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan/UFRN) e a Secretaria de Gestão de Projetos (SGP/Proplan/UFRN), junto às unidades da administração da universidade, definiram indicadores estratégicos importantes para medir o desempenho da Universidade em atender às metas estipuladas no plano. Uma série de encontros com essas unidades foi realizada para definir como estabelecer um conjunto de instruções estratégicas para permitir que cada setor alcance suas metas.
Segundo o pró-reitor da Proplan, Alessandro Câmara, a partir das reuniões temáticas foi possível alcançar o realinhamento de objetivos da atual gestão com foco nos compromissos da instituição para com a sociedade, tais como a excelência acadêmica, a inclusão, a sustentabilidade e a valorização das pessoas. A visão da Pró-Reitoria é de que o plano e suas metas reforçam o espírito de compromisso da Universidade no alcance contínuo de sua visão de futuro.
Indicador 10 do Plano de Gestão avalia o índice de produção científica e procura aumentar o número de publicações em periódicos científicos de excelência – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
“O que temos percebido, principalmente após os aprendizados inerentes ao planejamento e à execução nestes dois ciclos de plano de gestão, é que os gestores das unidades têm tido cada vez mais consciência sobre a importância do engajamento dos servidores de suas unidades e das demais”, detalha Josué Medeiros Junior, pró-reitor-adjunto da Proplan.
Para Emanuela Justino, secretária da SGP, e Paulo Roberto, coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Proplan, o que dá base a essa estrutura é a metodologia Balanced Scorecard (BSC). Também conhecida como Indicadores Balanceados de Desempenho, adaptada à UFRN, a ferramenta de administração agrega de forma equilibrada variáveis relacionadas à sociedade, ao desenvolvimento acadêmico e ao desenvolvimento institucional.
“A Pró-Reitoria de Planejamento, com apoio da Secretaria de Gestão de Projetos, fez 22 reuniões com as Unidades da Administração Central para discutir os temas presentes na carta-programa do Reitor e vice-reitor”, reforça Emanuela.
Plano de Gestão impresso – Foto: Paiva Rebouças – Agecom/UFRN
Com base nos indicadores, a SGP teve a função de fazer um levantamento com todas as unidades da UFRN. Dessa forma, cada uma respondeu a um formulário em que eram fornecidos dados dos trabalhos realizados em relação às metas. “Após o retorno das respostas das unidades, foi feito um trabalho de compilação e análise para a compreensão de como estas poderiam, efetivamente, ajudar a unidade responsável em questão a atingir a meta anual (2024)”, indica Emanuela. Todos os membros precisam informar dados qualitativos e quantitativos sobre os indicadores a cada quatro meses no Sistema de Indicadores Estratégicos de Desenvolvimento Institucional (SIEDI).
“É através dessas informações existentes no SIEDI (Sistema de Indicadores Estratégicos de Desenvolvimento Institucional) que a Proplan consegue extrair avanços e dificuldades decorrentes da execução do plano e, assim, fazer correções de rumo”, explica Paulo Roberto. Um dos documentos importantes no sistema são os Boletins de Checkpoints, que registram o acompanhamento da execução dos pontos do plano. No momento, a SGP está apoiando as unidades no compromisso de quatro indicadores: 3 – Taxa de sucesso na graduação; 8 – Taxa de evasão de cursos técnicos de nível médio presenciais; 21 – Índice de acessibilidade digital; e 27 – Número de ações de visibilidade das iniciativas estratégicas da UFRN.
O Plano também considera uma maior valorização, tanto da arte e da cultura, bem como um aumento de atrações culturais na instituição; na imagem: apresentação no anfiteatro da UFRN com a banda Rosa de Pedra – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
Os avanços na gestão em relação às metas têm tido efeitos bastante positivos. Prova disso é o alcance da UFRN na posição das 25 universidades brasileiras com Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Por isso, o reitor José Daniel Diniz de Melo é otimista ao falar do futuro da Universidade.
“Do último plano de gestão (2019-2023) para o atual (2023-2027), temos pontos a comemorar, como os índices de pesquisadores de excelência na instituição; de maturidade da segurança da informação; e, mais recentemente, o índice de consolidação da pós-graduação no interior. Tudo isso é fruto da dedicação da nossa comunidade universitária, visto que a melhoria constante desses indicadores demonstra uma maturidade na gestão e nos processos de trabalho nas unidades responsáveis”. – José Daniel Diniz de Melo, reitor da UFRN.
Reitor José Daniel Diniz – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
Junto a esses dados, o reitor também ressalta o número de ações artísticas e culturais; de ações de esporte, atividade física e lazer; e da participação da geração de energias renováveis em relação ao consumo anual de energia como melhorias que vão avançar nos próximos anos da UFRN.
Estratágias de divulgação do Plano
A Superintendência de Comunicação da UFRN também tem uma participação importante neste processo. Responsável pelo indicador 27 – Número de ações de visibilidade das iniciativas estratégicas da UFRN, cujo objetivo é publicizar, a partir de ações jornalísticas e de redes sociais, como o Plano de Gestão está sendo cumprido. A Agência de Comunicação (Agecom/UFRN) está coordenando este trabalho, realizando a apuração e a publicação de notícias nos boletins (newsletters) e no portal institucional, nas abas de notícias da UFRN. As matérias escritas são reverberadas pela TV Universitária, Rádio Universitária e Coordenadoria de Promoção Institucional (CPI), unidade responsável pelas redes sociais da Universidade.
Lúcio Amaral é jornalista e advogado pós-graduado em Direito e Processo Trabalhista. Certificado de Estudos Aprofundados em Psicanálise. Ganhador do II Prêmio de Rádio e Jornalismo em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo MPT em 2008.
