O preço do azeite baixou e o tempo não está ameaçador, pode ser que o fim do mundo tenha sido adiado.
A cabeça dói o dia inteiro. Será a noite maldormida ou uma doença rondando? Pelo menos eu poderia parar.
Tem trabalho que não existia semana passada e eu me esforcei para que agora estivesse mais tranquila, matemática inexata. É possível trabalhar menos e matar a culpa da oscilação? O mundo vai acabar. Eu certamente vou.
Boa tarde, tudo bem? Sustento o sorriso, não respondo e nem devolvo a pergunta. Você sorri e não precisamos mentir. Um sorriso provocado contém a verdade da intenção.
Permaneço em silêncio com o álibi da concentração. Olhar para uma tela autoriza muitos devaneios, digitar aumenta a proteção.
Eu sou assim: ruidosa. É que de fora não se vê. Não quero conversar, nem estou interessada em me ouvir, mas continuo tagarelando para dentro.
A vida é a cada instante e o trabalho não cessa, um dia pensei nisso e foi como ser esmagada. Há sempre uma tarefa para nos mantermos vivas, mais ainda para nos mantermos sãs.
Você está indo bem, caminha sem que caiam palavras. Está indo bem, quase tudo sob a pele. Ainda não é hoje que o mundo vai acabar.
Victória Rincon é uma talentosa escritora, jurista e poetisa que traz uma riqueza única de experiência e sensibilidade ao mundo das palavras. Com dois livros publicados na área jurídica e uma paixão ardente pela crônica e poesia, ela é uma figura multifacetada que deixa sua marca distintiva em tudo o que faz.
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