Ensinar a cuidar de vidas transcende as fronteiras da sala de aula. Nos hospitais universitários, o aprendizado ganha vida nos corredores, nos ambulatórios e durante os plantões supervisionados. É nesse cenário que estudantes de graduação, ensino técnico e residentes aprimoram suas habilidades sob a orientação de preceptores, integrando teoria e prática na rotina do cuidado. Na UFRN, esse compromisso com uma formação de qualidade tem se destacado: uma pesquisa recente revelou que os hospitais universitários da instituição estão entre os melhores dos 45 administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
No levantamento mais recente, realizado pela própria Rede Ebserh, os hospitais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ocuparam as três primeiras posições no ranking nacional de satisfação com o ensino em saúde. O Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), em Santa Cruz, juntamente com a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) e o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), ambos em Natal, destacaram-se pelos altos índices de satisfação, segurança e qualidade na formação acadêmica e profissional.

Realizada entre os dias 2 e 14 de novembro de 2024, a pesquisa ouviu 7.474 pessoas, das quais 65,9% eram do gênero feminino. Dos entrevistados, 4.368 são estudantes de graduação, ensino técnico e residência médica, sendo o curso de Medicina o mais frequente (28%). Já os docentes e preceptores totalizam 3.106 participantes, destacando-se também a formação médica, com 48%. A maioria possui especialização (96%), e muitos atuam diretamente na residência médica (81%) e na graduação (64%). Os avaliadores consideraram quatro dimensões essenciais para uma formação completa: infraestrutura; serviços prestados; qualidade da preceptoria; e o impacto da formação profissional oferecida nos hospitais.
Com 85,7% de satisfação, o HUAB obteve o primeiro lugar nacional entre os 45 hospitais avaliados. A instituição é também líder no índice de recomendação, com 99,5% dos entrevistados indicando o hospital como excelente ambiente para formação em saúde. Para a superintendente do Hospital, Cláudia Dantas Rubim, o reconhecimento reflete um trabalho de equipe focado na qualidade do ensino e na responsabilidade social. A gestora ressalta que a formação oferecida pelo hospital retorna diretamente à sociedade, garantindo profissionais qualificados e humanizados. “Este resultado nos capacita a fazer diferente e melhor, construindo processos acadêmicos que signifiquem as ações em saúde”, afirma.

A MEJC aparece em seguida, ocupando a segunda posição nacional em satisfação geral, com 83,5%. A maternidade atingiu nota histórica em 2024, alcançando 8,22 no índice de satisfação do ensino, um aumento significativo em relação às avaliações anteriores, quando obteve 6,26 em 2019 e 7,69 em 2023. O superintendente Luiz Murillo Lopes de Britto atribui o desempenho à dedicação coletiva da equipe e destaca o compromisso da maternidade com a excelência acadêmica e assistencial. “Esse resultado é fruto do empenho coletivo de uma equipe comprometida com a excelência na formação acadêmica e na assistência à saúde”, enfatiza Britto.
Em terceiro lugar geral no país, com índice de satisfação de 83,1%, está o HUOL, que alcançou também sua melhor nota desde o início das pesquisas, com 7,75. O hospital avançou em todas as dimensões avaliadas, especialmente nos serviços prestados e formação profissional. A superintendente Eliane Pereira celebra o reconhecimento nacional e ressalta especialmente a atuação dos preceptores e docentes na formação prática dos estudantes. “Nosso destaque se deve ao esforço contínuo na integração ensino-assistência, à dedicação dos preceptores e à oferta de serviços de excelência, que fortalecem a formação profissional e proporcionam um ambiente enriquecedor e alinhado às demandas reais da saúde pública”, completa Eliane.
Serviços e infraestrutura

Os bons resultados da pesquisa estão diretamente ligados às estratégias adotadas pelos hospitais da UFRN, todos gerenciados pela Ebserh, para melhorar a infraestrutura. O HUAB ficou na quarta posição nacional nesse quesito, com nota 7,39. Já a MEJC alcançou o quinto lugar nacional, com 7,11, seguida pelo HUOL, que obteve a oitava colocação, com 6,89. Essas notas são reflexo direto de investimentos constantes em laboratórios, salas de aula, espaços assistenciais e conforto oferecido aos estudantes e residentes no ambiente acadêmico.
A qualidade dos serviços prestados também impulsionou os hospitais ao topo do ranking. O HUAB obteve o terceiro lugar nacional e o segundo no Nordeste nesse aspecto, com nota 7,86. A MEJC alcançou nota 7,57, ocupando a quarta posição nacional e terceira regional, enquanto o HUOL ficou em oitavo lugar nacional e quinto no Nordeste, com nota 7,26. A excelência dos serviços garante condições favoráveis para aprendizado e prática clínica, essenciais à formação acadêmica e profissional.

Essa estrutura de excelência impacta diretamente na formação dos profissionais. Karoline Domingos, residente da Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil, destaca que a pesquisa reflete o que já é evidente na prática diária: “A pesquisa reforça que o HUAB oferece um ambiente prático de qualidade, evidenciando a alta qualificação da residência ofertada no hospital e os benefícios que ela nos proporciona. Além disso, mostra à população que o HUAB oferece uma assistência de qualidade e valoriza a formação de seus profissionais”, disse.
Na dimensão da preceptoria, o Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB) obteve destaque, atingindo nota 8,0 e assegurando o quinto lugar nacional e o segundo no Nordeste. Seguindo de perto, a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) alcançou nota 7,98, garantindo a sexta posição no país e a terceira na região. Já o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), com nota 7,64, manteve-se entre os melhores do Nordeste.

Esses resultados refletem a eficiência dos profissionais que orientam diretamente os estudantes na prática clínica, oferecendo aprendizado consistente e atualizado. Iran Siqueira, cirurgião-dentista e preceptor do HUAB, destaca o impacto da preceptoria: “O resultado da pesquisa evidencia a importância do funcionamento do hospital e do ensino de excelência que ele proporciona. Aqui, incentivamos a constante troca de conhecimento entre residentes e preceptores, o que se reflete na qualidade do aprendizado, tanto para quem já está nos programas, como para aqueles que escolhem nosso hospital como campo de prática”, reforça.
Quanto à formação profissional, a MEJC aparece como destaque nacional, obtendo o segundo lugar entre todos os hospitais e o primeiro no Nordeste, com nota 7,80. O HUAB também alcançou posição importante, ficando em sétimo lugar nacional e terceiro regional, com nota 7,53. Já o HUOL, obteve nota 7,3, ocupando o nono lugar nacional. Esses números reforçam o compromisso das unidades em formar profissionais altamente preparados para atender às necessidades da população. “A qualidade do ensino se reflete para os residentes em um serviço mais elaborado para a população. Os profissionais que aqui se formam vão fazer uma abordagem mais qualificada, um diagnóstico mais preciso, um tratamento mais assertivo, trazendo melhores condições de saúde para a população”, complementa Iran Siqueira.

Outro indicador relevante é a recomendação das instituições pelos entrevistados. Além do já citado HUAB, com 99,5%, a MEJC também se destaca, com 99,1% de recomendações positivas, ocupando a segunda colocação nacional. Esses índices demonstram o reconhecimento interno e externo quanto à qualidade das instituições da UFRN como espaços privilegiados de aprendizado e desenvolvimento profissional.
Com resultados consistentes e crescentes ao longo dos anos, os hospitais universitários da UFRN reforçam sua posição como referência nacional na formação em saúde. O compromisso com melhorias constantes, ensino de qualidade e assistência humanizada solidifica a atuação dessas instituições, que oferecem aos futuros profissionais um ambiente acadêmico seguro, qualificado e reconhecido por toda a comunidade acadêmica e assistencial do país.
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Imagens: Divulgação
Fonte: Agecom/UFRN
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