Endometriose: o desafio de viver com a doença e a busca por qualidade de vida

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Mais de 7 milhões de mulheres enfrentam a endometriose no Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde. Como forma de conscientizar sobre a doença, foi criada a campanha Março Amarelo, um momento oportuno para falar sobre os sintomas, a importância de um diagnóstico correto, os tratamentos e os impactos na qualidade de vida. A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN), da Rede Ebserh, que apoia essa causa, conta com especialistas preparados para dar suporte a essas mulheres pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dor causada pela doença interfere na qualidade de vida

A endometriose é uma condição ginecológica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero. É mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Entre os sintomas mais frequentes estão cólicas menstruais intensas, dor pélvica crônica e durante as relações sexuais. Em alguns casos, a doença pode se manifestar sem sintomas visíveis.

Por ser uma condição prevalente entre as mulheres, a endometriose exige maior atenção da saúde pública. A cada menstruação, o tecido endometrial fora do útero responde à hormonalização, gerando inflamação nos pontos afetados, o que, por sua vez, está frequentemente ligado à dor intensa e à infertilidade.

Segundo a médica ginecologista da MEJC, Ana Lígia Dantas de Medeiros, as causas podem estar ligadas à menstruação retrógrada, fatores genéticos e alterações imunológicas. A profissional também explica que a endometriose pode trazer dificuldades para engravidar. “A doença pode afetar as trompas, os ovários e o útero, dificultando a fertilização e a implantação do embrião. Cerca de 50% das mulheres com endometriose enfrentam problemas para engravidar”, afirma.

A especialista ainda ressalta que, além da dor e da infertilidade, a endometriose pode causar depressão, fadiga, aderências entre órgãos e complicações intestinais e urinárias.

Adotar hábitos anti-inflamatórios auxilia no tratamento

O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento e evitar a propagação da doença para outros órgãos. Ele pode ser feito por meio da anamnese, exame clínico, ultrassom e laparoscopia, sendo este último, o principal, considerado padrão ouro. “Não há prevenção garantida, mas manter um estilo de vida saudável, usar anticoncepcionais para bloquear as menstruações e controlar o estresse pode ajudar. Os tratamentos incluem anticoncepcionais hormonais, anti-inflamatórios, laparoscopia para remoção das lesões e mudanças na alimentação; e atividade física para reduzir a inflamação”, explica a ginecologista.

Além do acompanhamento com a equipe especializada, para a melhora da qualidade de vida de mulheres com endometriose, a alimentação equilibrada e a prática de atividade física regular ajudam a desinflamar o corpo.

Março Amarelo

O Março Amarelo foi escolhido para auxiliar as mulheres a reconhecerem os sintomas da doença e a procurarem ajuda profissional o quanto antes. A campanha também busca conscientizar familiares e pessoas próximas sobre a importância de um acolhimento mais atento, devido ao impacto que os sintomas causam na vida das mulheres.

“Celebrado em 13 de março, busca conscientizar a população, incentivar o diagnóstico precoce e melhorar o acesso a tratamentos, já que muitas mulheres sofrem sem o devido suporte”, destaca Ana Lígia Medeiros.

Imagem: Sora Shimazaki

Fonte: Agecom/UFRN 

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