‘Anora’ – Um conto de fadas provocante e loquaz, sobre as inflexibilidades diante os entraves da sociedade

O que um drama sobre imigração, casamento não validado e prostituição que conquistou até o Oscar de “melhor filme”no último domingo, 02 de março, além de outros prêmios relevantes conquistados ao longo da premiação, tal como melhor diretor e melhor atriz?

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Anora é um drama loquaz e intenso, produzido, roteirizado e dirigido por Sean Baker, que desde seu lançamento no 77º Festival de Cinema de Cannes, em maio 2024, tem ganhado as críticas e sido muito aclamado por seu desenvolvimento singular e atuações extraordinárias, ainda mais tratando-se um longa-metragem totalmente independente, em que o diretor usou de pessoais “normais” para compôr o elenco de coadjuvantes, tornando a produção ainda mais real e veraz à produção.

O enredo do filme traz a jovem stripper uzbeque-americana Anora/ Ani, de Bridgton Beach, onde ela pouco fala inglês, então seu chefe disponibiliza a aranjar clientes russos ou que falam o idioma, para que Ani tenha trabalho a fazer. Até que ela conhece Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo por quem transcende um romance intenso entre os dois, além do ensejo visceral, de uma nova e reconfortante vida ao longo de sua nova paixão, em uma luta contra a deportação que leva eles a mergularem de cabeça em um casamento, aonde no príncipio parecia ser um conto de fadas, mas, após os pais de Ivan chegarem ao conhecimento do ocorrido, acabam sabendo e viajando à Nova Iorque para forçar que eles anulem a boda, ameançando a relação do casal e a vida discrepante de Anora.

Uma obra eloquente, que traz a tona as contraposições das relações humanas, em que apenas visa o prazer de uns, enquanto outros vivem as margens da sociedade, sem dignidade e concepção, em um mundo de inseguranças e pensamentos descontínuos, em que o corpo feminino vira produto de troca, e o pobre ignóbil há de depender do fluxo das ligação desaumanas para sobreviver, diante a um sistema insólito, aonde ordinário é sua própria sobrevivência, vivendo meio a exploração rotineira só para manter a pirâmide social intacta e alçada.

Um longa comovente de visão perceptível, que mostra uma sensibilidade genuína em expressar situações conflituosas e cotejadas, transpostas com exatidão e contemporânea, com sua linguagem maliciosa e convidativa a esse mundo promíscuo misturado com conto de fadas, neste romance selvagem e excitante, que explora os personagens de maneira significativa e oscilante entre a graças e a humanidade, tornando-o único e inusitado.

Como dito acima tem produção completo feita por Baker, estrelado por um elenco pouco conhecido do grande público, que traz Mikey Madison no papel-título do filme, além de Mark Eydelshteyn, Yura Borisov, Karren Karagulian e Vache Tovmasyan. Com um orçamento de US$ 6 milhões, Anora desde de sua estreia vem contagiante e comovente o público com sua narrativa magnética e inevitável em sensibilizar à todos com um drama vivaz e enternecedor. O longa ainda conquistou outros prêmios cinematográficos além do Oscar, ganhando prêmios no Globo de Ouro e no BAFTA, e ainda foi agraciado e aclamada em diversos festivais de cinema, como Festival de Cannes, Festival Internacional de Cinema de Toronto e Festival de Cinema de Savannah.

Fonte: O Barquinho Cultural 

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