Marcos Rey – Um autor de referências insignes da literatura infanto-juvenil brasileira

Quem foi educado entre 1980 e 1990 sem dúvida conhece a coleção literária infanto-juvenil Vaga-lume, escrita pelo célebre e premiado autor paulistano Marcos Rey, que no último dia 17 de fevereiro celebraria seus 100 anos idade, com uma bagagem repleta de arte, inspiração e literatura, Rey dedicou mais de quatro décadas de sua vida transcrevendo contos e romances inspirados na cidade de São Paulo.

O autor, que nasceu Edmundo Donato, mas aderiu Marcos Rey como pseudônimo, quando estreou no mundo literário aos 16 anos, quando escreveu seu primeiro conto, Ninguém Entende Wiu-Li, publicado na Folha da Manhã, o que foi um impulso para seguir carreira entre os livros infantis, foi então que aos 20 anos, se mudou para o Rio de Janeiro para trabalhar na tradução deste gênero, buscando influências e referências para suas futuras obras que viriam anos mais tarde. Ainda, Rey fez freelancers como redator em diversos jornais e também, trabalhou como redator publicitário da Rádio Excelsior, em 1949.

marcos-rey-montagem-livros

Já na década de 1950, lançou seu primeiro livro Um Gato no Triângulo (1953), e foi nesta décadas que ele saiu da Excelsior e ingressou na Rádio Nacional, além do mais, no final da década, em 1958, Marcos Rey fundou a Editora Mauá, junto com seu irmão, o jornalista Mário Donato e ainda, conheceu sua eposa Palma Donato, com quem ficou casado por quase 40 anos.

Todavia sua carreira não ficou alocada apenas na literatura infanto-juvenil, já que o autor também era produtor, roteirista e novelista, aonde ele escreveu séries e minisséries para TV, entre esses uma adaptação do romance Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Ele ainda lançou outros grandes sucessos, como a minissérie Os Tigres e O Grande Segredo, e também publicou seu best-seller, em O Enterro da Cafetina. E no cenário infantil, Rey escreveu capítulos para os programas Vila Sésamo e O Sítio do Pica-pau Amarelo.

Marcos Rey foi um notório e significativo autor para a literatura brasileira, vencedor de relevantes prêmios, como o Jabuti, com a obra O Enterro da Cafetina em 1967, e posteriormente em 1994, com romance O Último Manifesto do Martinelli e o Juca Pato – O Intelectual do Ano, no ano de 1996. Ainda foi eleito para ingressar a Academia Paulista de Letras.

No final de sua vida, na década de 1990, o autor trabalhou como colunista da revista Veja São Paulo, produzindo crônicas para a publicação. Mas, no ano de 1999, após ser internado para realizar uma cirurgia, da qual não resistiu, e faleceu em 1º de abril daquele mesmo ano, aos 74 anos.

Um autor insigne e referente, que deve manter seu legado altamente vivo e meritoso, assim como a ele deixou obras extraordinárias que marcou a infância de uma geração, deixando seu nome escrito na literatura nacional, com seus temas relacionados ao cotidiano juvenil, Rey conversou diretamente com seu público, entre amizades, amores e aventuras, além de mostrar divergências e desafios comuns dos quais enfrentamos ao longo de nossas vidas, sempre com seu ar de mistério e suspense. Ele ainda deixou seu legado na Biblioteca Marcos Rey, localizada no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, recebendo seu nome.

Fonte: O Barquinho Cultural 

Sair da versão mobile