Com a chegada do Carnaval, muitas pessoas aproveitam a folia sem se preocupar com os efeitos da automedicação e da mistura entre bebidas alcoólicas e medicamentos. No entanto, essa combinação pode trazer sérios riscos à saúde, conforme alerta o farmacêutico clínico Caio Fernando, professor do curso de Farmácia da Universidade Potiguar (UnP), integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima.
Segundo o especialista, a automedicação é um hábito comum, mas muito perigoso. Neste período do ano, a busca por medicamentos tende a aumentar, especialmente para aliviar os efeitos da ressaca.
“O uso indiscriminado de medicamentos pode provocar efeitos colaterais indesejados, mascarar doenças mais graves e até agravar o quadro do paciente. Durante o Carnaval, é comum o uso de anti-inflamatórios para aliviar dores musculares ou ressaca, sem que a pessoa saiba que esses medicamentos podem agredir o estômago e até causar sangramentos quando consumidos em excesso”, explica.
Além disso, a mistura de álcool com remédios pode potencializar os riscos e provocar reações adversas. “Quem faz uso de ansiolíticos ou sedativos, por exemplo, pode ter um aumento do efeito depressor no sistema nervoso central, causando tonturas, desmaios e até quedas. Antibióticos como o metronidazol podem gerar vômito intenso e dores de cabeça fortes quando combinados com álcool. Já analgésicos como o paracetamol, se ingeridos com bebida alcoólica, podem sobrecarregar o fígado e trazer complicações sérias”, alerta o docente.
Reações adversas
Em caso de reações adversas, Caio orienta que a pessoa interrompa imediatamente o uso do medicamento e busque ajuda. “Se houver sintomas como tontura intensa, falta de ar, taquicardia ou náuseas severas, é fundamental procurar um médico ou farmacêutico. Em situações mais graves, como desmaios ou reações alérgicas, o ideal é buscar atendimento de urgência”, recomenda.
Quanto ao tempo seguro para ingerir álcool após tomar um medicamento, o profissional destaca que isso varia conforme a substância, já que alguns medicamentos são eliminados rapidamente do organismo, enquanto outros podem levar dias.
“O ideal é sempre ler a bula e, em caso de dúvida, buscar orientação de um profissional de saúde. Em especial, antibióticos, antidepressivos e medicamentos para o fígado devem ser evitados com álcool durante todo o tratamento. O Carnaval é um momento de diversão, mas também exige cuidados. Se precisar de um medicamento, o melhor é evitar o álcool e sempre buscar ajuda para garantir uma folia segura e sem riscos para a saúde”, conclui o professor do curso de Farmácia da UnP, Caio Fernando.
Imagem: Cottombro Studio
Fonte: Press Release/UnP