RN perde 628 vagas de emprego formal em janeiro, aponta Caged

O Rio Grande do Norte é um dos dez estados brasileiros que mais perderam postos de trabalho em janeiro, com 628 vagas de carteira assinada a menos, resultado de 19.694 admissões e 20.322 desligamentos. Dos cinco grandes setores econômicos, quatro tiveram mais demissões do que contratações. A Construção Civil foi a única exceção, ao criar 781 empregos. No mês anterior, o saldo do RN foi ainda pior (-2.785), embora tenha encerrado 2024 com um desempenho positivo de mais de 34 mil novas vagas, um crescimento de 31,7% em relação a 2023. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado nesta quarta-feira (26) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo, diz que os números reforçam a importância do setor para a economia potiguar. “Esse resultado evidencia a relevância da construção para o desenvolvimento do estado, pois geramos não apenas postos de trabalho, mas também movimentamos uma ampla cadeia produtiva”, comenta.

Entre as cidades que mais criaram vagas na construção estão Currais Novos (275), Janduís (235), Natal (183) e São Gonçalo do Amarante (115). Azevedo atribui esse desempenho à aprovação do novo Plano Diretor de Natal, à retomada de investimentos em infraestrutura, como a recuperação de estradas pelo Governo do Estado, além dos investimentos em habitação e energias renováveis. No entanto, ele alerta para desafios que podem comprometer novos avanços. “A insegurança jurídica, a burocracia excessiva e a falta de incentivos adequados podem inibir novos investimentos, mesmo diante de demanda e potencial de crescimento”, afirmou.

Na contramão da construção, o setor agropecuário teve o pior resultado (-620), mas o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, explica que essa queda já era esperada devido ao encerramento da safra de frutas. “Com o fim da colheita, as propriedades e empresas agropecuárias iniciam os desligamentos dos trabalhadores”, justificou.

O Comércio (-581), a Indústria (-192) e os Serviços (-16) também registraram perdas no mês. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RN), Marcelo Queiroz, conta que o desempenho do comércio segue uma tendência sazonal observada em anos anteriores, provocada pelos desligamentos de contratações temporárias do fim do ano. “Em dezembro de 2024, houve um crescimento nas admissões para atender à demanda das festividades no estado, o que naturalmente resultou em um maior número de demissões no mês seguinte”, pontuou.

Já o setor de Serviços mostrou um crescimento mais lento do que no ano anterior. Queiroz destaca que a Fecomércio-RN vem alertando para sinais de desaceleração desde o ano passado. “Ainda não há impacto no faturamento do setor, mas já observamos mudanças nas expectativas de curto e médio prazo dos empresários, o que influencia diretamente os números do Caged”, explicou.

Para os próximos meses, há expectativa de recuperação no Comércio, impulsionada por datas comemorativas e períodos de maior consumo. O setor de Serviços também pode reagir positivamente, especialmente com a retomada das atividades econômicas e turísticas.

No Brasil, o saldo de empregos formais cresceu em 137.303 postos em janeiro, resultado de 2.271.611 admissões e 2.134.308 desligamentos. Quatro dos cinco setores econômicos tiveram saldo positivo, com a Indústria Geral liderando a geração de empregos. São Paulo registrou o maior saldo (+36.125), com crescimento de 0,25% em relação ao mês anterior. Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul (26.732 postos, 0,94%) e Santa Catarina (23.062 postos, 0,90%). Já Rio de Janeiro (-12.960 postos, -0,33%), Pernambuco (-5.230 postos, -0,34%) e Pará (-2.203 postos, -0,22%) tiveram os piores resultados.

Imagem: Adriano Abreu 

Fonte: Tribuna do Norte 

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