Com o início do ano letivo e a nova lei que proíbe o uso de celulares para alunos da educação básica, muitos pais se preocupam sobre como isso pode afetar o comportamento dos filhos nesse período de adaptação. Pensando nisso, Evelyn Rosa, psicóloga do dr.consulta trouxe dicas valiosas de como lidar com as crianças e adolescentes até que eles se adaptem a esse novo momento nas escolas.
O uso excessivo de celular na sala de aula atrapalha o desempenho e relações interpessoais de alunos do Brasil e de outros países, segundo o Pisa, principal avaliação mundial da educação. Dados da pesquisa apontam que 8 em cada 10 alunos brasileiros de 15 anos disseram que se distraem com o uso de celulares nas aulas. Na média dos países da OCDE, são seis estudantes a cada 10 que se distraem com os aparelhos digitais.
“Acredito que a ideia principal é a melhoria do desempenho acadêmico e relações interpessoais dos alunos, permitindo uma maior possibilidade de concentração, sem a constante presença de redes sociais, aplicativos de mensagens, jogos ou outros distrativos que os dispositivos poderiam oferecer. O ambiente seria eliminado destes fatores negativos podendo estimular os alunos a uma participação ativa e foco nas atividades prioritárias”, destaca Evelyn Rosa, psicóloga do dr.consulta.
A especialista alerta que os efeitos emocionais da proibição do uso de celulares nas escolas podem ser desafiadores também para os pais. Sendo assim, é necessário traçar estratégias que ajudem a lidar com essa situação. Confira:
- Comunicação Aberta: Incentive os jovens a expressar como se sentem em relação à proibição, ouvir suas preocupações e frustrações.
- Educação sobre o Uso de Tecnologia: Explique os motivos por trás da proibição, como a promoção de um ambiente de aprendizado mais focado – isso pode ajudar os jovens a entenderem a situação de forma mais positiva.
- Atividades Alternativas: Sugira atividades que não envolvam tecnologia, como esportes, leitura ou hobbies criativos – isso pode ajudar a preencher o tempo que antes era gasto no celular.
- Estabelecimento de Rotinas: Crie uma rotina que inclua momentos de desconexão e interação social, ajudando os jovens a se adaptarem à nova realidade.
- Apoio Emocional: Esteja atento a sinais de estresse ou ansiedade. Se necessário, considere buscar a ajuda de um profissional, como um psicólogo, para apoiar o jovem durante essa transição.
Um relatório publicado pelo National Center for Health Statistics, do Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, divulgado em 2024, mostra que o fato de o jovem não se sentir acolhido pela família pode aumentar o risco de transtornos mentais e comportamentos de risco. O documento aponta que apenas 27,5% dos adolescentes de 12 a 17 anos afirmam receber apoio social e emocional dos seus pais. Em contrapartida, a maioria dos pais (76,9%) acredita que seus filhos recebem todo o apoio que precisam.
O estudo compara os dados do mesmo período da pesquisa em 2022 – enquanto 58,5% dos jovens afirmaram que sempre ou geralmente receberam o apoio social e emocional de que precisavam (mais da metade); já 21,6% disseram que isso acontecia às vezes e 19,9% afirmaram que raramente ou nunca recebiam esse suporte. Ao avaliar a percepção dos pais, os dados se mostraram bastante divergentes: 93% achavam que seus filhos sempre ou geralmente recebiam o suporte necessário; 4% às vezes e somente 2,9% raramente ou nunca.
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