Governo do RN recupera infraestrutura de açudes e barragens

Intervenção consiste no reforço de paredes e vertedouros, retirada de erosões e recuperação de equipamentos hidromecânicos.

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Com recursos oriundos do Tesouro Estadual, o trabalho foi iniciado em 2024 e se estenderá até o primeiro semestre de 2026, conforme o cronograma de obras. “O Rio Grande do Norte está inaugurando um novo tempo. Estamos preparando a estrutura para operar nossos reservatórios de forma planejada, visando a melhor forma possível do uso de nossas reservas hídricas para abastecimento humano, produção de alimentos e também para matar a sede dos animais. Essa é uma reivindicação antiga dos movimentos sociais e das prefeituras que estamos executando”, disse a governadora Fátima Bezerra.

Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Paulo Varella considera a ação como uma das mais importantes políticas relacionadas à gestão dos recursos hídricos do Rio Grande do Norte. “É preciso que essas barragens se tornem fonte e base do desenvolvimento local. As comportas precisam funcionar, as paredes ou barramentos precisam estar íntegros. Elas não podem correr risco de rompimento, que causaria grandes danos.” Conforme explicou o secretário, o que está sendo feito agora são ações para que esses reservatórios possam ser operados de forma correta e com segurança. O trabalho de recuperação do barramento consiste, entre outras ações, no reforço da parede, retirada de erosões, limpeza do talude, recuperação de calhas, além de recuperação dos equipamentos hidromecânicos e até retirada de formigueiros.

Um dos reservatórios onde a manutenção já foi concluída é o Boqueirão de Angicos, localizado na Fazenda Santa Rosa, em Afonso Bezerra, região Central do RN. Construído pela Secretaria de Estado da Agricultura e concluído em 1989 para perenização do Rio Cabugi, abastecer comunidades rurais, auxiliar no cultivo agrícola e promover atividades pesqueiras, o açude tem capacidade para armazenar 16 milhões de metros cúbicos, uma vez e meia mais do que a Lagoa de Extremoz, que auxilia no abastecimento da zona norte de Natal.

Desde 2006, as comunidades rurais vinham reivindicando uma intervenção de verdade no reservatório para dar serventia à água das chuvas retida ao longo do inverno, em volume suficiente para atender as demandas locais. De acordo com dados do monitoramento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) e Igarn, o açude acumulava atualmente 9,0 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 56,2% da capacidade.

“Durante esse tempo, a gente fazia intervenções, mas não conseguia deixar o reservatório totalmente em operação. Agora, não. Dessa vez fizemos a troca de registros, a recuperação da estrutura que envolve os equipamentos hidromecânicos, deixando o reservatório totalmente operacional. Agora, sim! Em vez de ter essa água armazenada evaporando, já temos condições de liberar vazões conforme a necessidade, beneficiando inúmeras pequenas propriedades que ficam às margens do rio”, informou o engenheiro agrônomo Carlos Nobre de Oliveira, coordenador da Assessoria Técnica da Semarh.

Trabalhando na Semarh há duas décadas, Carlos Nobre disse que é a primeira vez que vê em execução um programa diretamente relacionado à recuperação preventiva de barragens. “Já tivemos intervenções pontuais, muitas delas em situações emergenciais, mas agora temos um trabalho planejado que se estenderá até o primeiro semestre de 2026. E não é um trabalho fácil, como possa parecer”, explicou ele.

Com vasta experiência na gestão de recursos hídricos e no desenvolvimento rural sustentável, o engenheiro agrônomo Procópio Lucena, diretor geral do Igarn, lembrou que nos últimos 30 anos, este foi o governo que mais focou na questão das barragens no Rio Grande do Norte: “isso garante segurança hídrica, segurança da população, mais água para consumo humano, para atividades que geram renda. O governo está no rumo certo.”

Além do Boqueirão de Angicos, a primeira fase do serviço de manutenção inclui os seguintes reservatórios: Calabouço, no município de Passa e Fica; Carnaúba (São João do Sabugi); Orós da Melancia (Fernando Pedroza); Rodeador (Umarizal); Passagem (Rodolfo Fernandes); Tourão (Patu). Além deles, na gestão da governadora Fátima Bezerra também foram realizadas obras de manutenção em outros três reservatórios: Açude Lucrécia, com recursos do Banco Mundial, via Programa Governo Cidadão; Barragem Tabatinga, em Macaíba, e Passagem das Traíras, obra que vinha sendo executada pelo DNOCS, com recursos federais e que ficou pronta em dezembro/24 para receber as águas do inverno de 2025.

 

FICHA TÉCNICA

Plano de manutenção

 

Açude Calabouço

Município: Passa e Fica

Construção: 1987

Capacidade: 1,44 milhão/m³

Volume atual: Sem informação

Bacia Hidrográfica: Curimataú

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Rio Calabouço, que deságua no Rio Curimataú

Utilização: Aquicultura

 

Açude Carnaúba

Município: São João do Sabugi

Construção: 2002

Capacidade: 25,7 milhões/m³

Volume atual: 2 milhões

Bacia Hidrográfica: Piranhas/Açu

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Riacho Quixeré

Utilização: Culturas de vazante, atividade pesqueira, perenização

 

Açude Boqueirão de Angicos

Município: Afonso Bezerra

Construção: 1989

Capacidade: 16 milhões/m³

Volume atual: 9,0 milhões

Bacia Hidrográfica: Piranhas/Açu

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Rio Cabugi

Utilização: Abastecimento de comunidades rurais, culturas de vazante, atividade pesqueira, perenização de rio 

 

Açude Orós da Melancia

Município: Fernando Pedroza

Ano da Construção: 1992

Capacidade: 0,778 milhão/m³

Volume atual: Não monitorada

Origem dos Recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Riacho do Arvoredo

Bacia Hidrográfica: Piranhas-Açu

Utilização: Dessedentação animal

 

Açude Rodeador

Município: Umarizal

Ano da construção: 1994

Capacidade: 21,4 milhões m³

Volume atual: 9,3 milhões

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Rio João

Bacia Hidrográfica: Apodi/Mossoró

Utilização: Abastecimento de água das cidades de Umarizal e Rafael Godeiro, culturas de vazante, atividade pesqueira, perenização de rio

 

Açude Passagem

Município: Rodolfo Fernandes

Ano da construção: 1994

Capacidade: 8 milhões m³

Volume atual: 4,8 milhões

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Riacho Gatos e Riacho Jitirana

Bacia Hidrográfica: Apodi/Mossoró

Utilização: Abastecimento de água de comunidades rurais, culturas de vazante, atividade pesqueira

 

Açude Tourão

Município: Patu

Ano da construção: 1982

Capacidade: 7,9 milhões m³

Volume atual: 0,6 milhões

Origem dos recursos: Tesouro Estadual

Curso de água barrado: Riacho Tourão

Bacia Hidrográfica: Apodi/Mossoró

Utilização: Abastecimento de água de comunidades rurais, culturas de vazante, atividade pesqueira e lazer

Açude Lucrécia

Município: Lucrécia

Ano da construção: 1934 (DNOCS)

Capacidade: 24,7 milhões m³

Volume atual: 9,5 milhões

Origem dos recursos: Governo Cidadão

Curso de água barrado: Riachos Quixeré, Mata Seca e Mamoeiro

Bacia Hidrográfica: Apodi/Mossoró

Utilização: Abastecimento das cidades de Lucrécia, Martins e Frutuoso Gomes; cultura de vazante; atividade pesqueira e lazer

 

Barragem Passagem das Traíras

Município: São José do Seridó

Ano da construção: 1994

Capacidade: 49,7 milhões m³

Volume atual: Seco

Origem dos recursos: Governo Federal

Curso de água barrado: Rio Seridó

Bacia Hidrográfica: Piranhas/Açu

Utilização: Abastecimento das cidades de Jardim do Seridó e Caicó; produção de alimentos; perenização de rio

 

Barragem Tabatinga

Município: Macaíba

Ano da construção: 2009

Capacidade: 89,8 milhões m³

Volume atual: 32,2 milhões

Origem dos recursos: Governo do Estado e prefeitura

Curso de água barrado: Rio Jundiaí

Bacia Hidrográfica: Potengi

Utilização: Contenção de enchentes

Imagem: Semarh

Fonte: ASSECOM/RN

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Lúcio Amaral

Lúcio Amaral

Lúcio Amaral é jornalista e advogado pós-graduado em Direito e Processo Trabalhista. Certificado de Estudos Aprofundados em Psicanálise. Ganhador do II Prêmio de Rádio e Jornalismo em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo MPT em 2008.

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