O mês de fevereiro é dedicado à conscientização sobre prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. A campanha Fevereiro Laranja alerta sobre a doença que afeta o sangue e a medula óssea. A médica hematologista e hemoterapeuta do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), Ana Emília Ferreira, explica que a leucemia é um tipo de câncer que decorre, geralmente, da produção anormal dos glóbulos brancos, os chamados leucócitos.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados aproximadamente 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Embora a leucemia não esteja entre os tipos mais incidentes, ela representa uma parcela significativa dos diagnósticos oncológicos no país. Estudos anteriores indicam que a taxa de incidência ajustada por idade para leucemia em crianças de 0 a 14 anos foi de 53,3 por milhão de crianças.
“Há diferentes tipos de leucemia: leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e leucemia linfocítica crônica”, especifica Ana Emília Ferreira. De acordo com a hematologista, não há causa determinante para o desenvolvimento da doença, porém, é sabido que alterações genéticas, exposição à radiação e produtos químicos, tratamentos prévios de câncer, assim como algumas doenças no sangue preexistente, como a síndrome mielodisplásica, podem predispor ao desenvolvimento da leucemia.
Sobre as formas de prevenção, a médica hematologista do Huol explica que não há propriamente uma forma de prevenção, mas é recomendado evitar exposição prolongada à radiação, produtos químicos, agrotóxicos, e manter um estilo de vida saudável.
Tratamento
A melhor abordagem de tratamento depende do tipo de leucemia, explica Ana Emília Ferreira. “Pode variar, há a quimioterapia intensiva, seguido de transplante de medula óssea (geralmente nos casos de leucemia mieloide e linfoide aguda). Em alguns casos, podem ser tratados com medicamentos orais direcionados para a doença (terapia alvo). Na leucemia linfocítica crônica, nem sempre se faz necessário tratamento”, pontua a hematologista.
O Huol oferece tratamento e suporte para as leucemias. “Vale ressaltar a importância do diagnóstico precoce, por meio de hemograma e exames específicos de medula óssea, para que mais pacientes consigam iniciar o tratamento o quanto antes, resultando em maiores chances de sucesso no tratamento”, enfatiza a médica.
Os sinais da doença variam entre febre, hematomas pelo corpo, sangramentos espontâneos e fadiga intensa. Ana Emília Ferreira explica que esses sintomas são decorrentes do acometimento da medula óssea, que impede que ela produza normalmente os elementos do sangue, as hemácias, leucócitos e plaquetas. “Em alguns casos podemos observar aumento dos gânglios linfáticos, baço e fígado”, afirma.
A profissional ainda fala da importância da campanha Fevereiro Laranja que tem o objetivo de esclarecer e conscientizar a população sobre a doença, “auxiliando no diagnóstico precoce e início de tratamento, quando necessário, de forma mais breve possível”.
Imagem: Reprodução
Fonte: Agecom/UFRN
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