Hospital Veterinário de Natal suspende cirurgias e atendimentos ambulatoriais

Segundo os tutores de animais atendidos no local, apenas consultas, ultrassonografias e exames de raio-X estão sendo realizados. Eles ainda afirmam que faltam medicamentos e insumos como soro.

O professor Aureliano Silva chegou ao hospital veterinário de madrugada, às 3h, para garantir uma ficha para a cadela Lessa, mas se deparou com o comunicado que avisava que as cirurgias e exames estão suspensos – justamente os procedimentos que o animal precisa.

“Agora vou ter que arrumar dinheiro para fazer os exames dela, para saber se o tumor é benigno ou maligno”, disse.

O atendente de telemarketing, Jean Paul Zumba também foi até o hospital em busca de uma cirurgia para a cadela. Ao chegar à recepção, ele foi informado que o procedimento não seria realizado.

“Profissional tem. Só não tem os equipamentos, os recursos para o que precisa ser feito, quem sabe uma internação, não tem os recursos”, pontuou.

A direção do hospital e a Prefeitura de Natal foram procuradas pela Inter TV Cabugi, mas não responderam os questionamentos sobre a suspensão dos serviços até a última atualização desta reportagem.

Os tutores que foram ao hospital com seus animais nesta segunda-feira (3) também relataram a diminuição no número de fichas de atendimento.

“Quando começou o hospital, eram 50 fichas por dia, hoje foram apenas 15 fichas. Descobriram também que não estão fazendo nem anestesia nem exame de sangue, que é essencial para o diagnóstico”, disse a estudante Letícia Georg.

“Eu queria um atendimento ambulatorial para o meu gato, que está desidratado. Desde sexta-feira, ele não está comendo nada. Quando cheguei aqui, eles não ofereciam mais esse serviço”, afirmou o vigilante João Ricardo.

Em dezembro, o Ministério Público do Rio Grande do Norte entrou com uma ação civil pública na Justiça para que a Prefeitura de Natal parasse de usar recursos da saúde pública no custeio das despesas do hospital veterinário.

Segundo o MP, os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) não podem ser usados na unidade, uma vez que o Conselho Nacional de Saúde decidiu que a assistência médica veterinária não deve ser considerada serviço de saúde pública.

Na ação, o MP pede que o município rescinda imediatamente o Termo de Cooperação firmado com a Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, responsável pela unidade, e que a administração do hospital passe para a Secretaria de Meio Ambiente.

Crédito das Fotos: Inter TV Cabugi/Reprodução

Fonte: G1 RN