Os médicos da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) decidiram voltar ao trabalho nesta sexta-feira 24, após dois dias de paralisação. A categoria havia interrompido a prestação de serviço devido a atrasos no pagamento por parte do Governo do Estado. Nesta quinta-feira 23, um acordo foi fechado.
A paralisação dos médicos começou nesta quarta-feira 22. O Governo do Estado deve à Coopmed os pagamentos regulares de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2024, além da parcela de dezembro de um acordo fechado anteriormente. Ficou definido que a parcela de dezembro do acordo e duas faturas do contrato regular (setembro e outubro) serão pagos 10 de fevereiro e 10 de março, respectivamente.
As últimas reuniões para discutir o assunto tiveram a participação de representantes da Coopmed, do Governo do Estado e também do Ministério Público. Ficou definido que, em caso de novo descumprimento de acordo por parte do governo, o MP poderá tomar medidas judicias contra a gestão estadual.
A paralisação abrangia cerca de 160 profissionais cooperados, que realizam procedimentos como cirurgias cardíacas, pediátricas, oncológicas, ortopédicas e hemodinâmica. Foram suspensos procedimentos de alta e média complexidade via SUS em seis hospitais de Natal: Liga Contra o Câncer, Rio Grande, Paulo Gurgel, Memorial, Hospital do Coração e Varela Santiago.
Paralisação de terceirizados entra no 4º dia no Walfredo Gurgel
A paralisação dos trabalhadores terceirizados do Hospital Walfredo Gurgel entra no quarto dia nesta sexta-feira 24. Inicialmente, o movimento era realizado por funcionários da área da nutrição, mas nas últimas 72 horas a paralisação se expandiu para outros setores, como vigilância, maqueiros e serviços de lavanderia e higienização.
Os trabalhadores são empregados da JMT, que por sua vez é contratada pelo Governo do Estado – que não vem efetuando os pagamentos. Os trabalhadores reclamam que ainda não receberam os salários de dezembro de 2024 e estão há quatro meses sem vale-alimentação. Uma parte dos trabalhadores também não recebeu 13º salário, que deveria ter sido pago em 20 de dezembro.
Além de paralisar as atividades, os trabalhadores vêm realizando protestos na porta do hospital, na Avenida Senador Salgado Filho.
Com a redução do serviço, parte da alimentação fornecida pelo hospital Walfredo Gurgel está suspensa. Nos últimos dias, a alimentação só está sendo servida para pacientes e acompanhantes da pediatria. Os servidores do hospital, portanto, seguem sem café da manhã, almoço e jantar.
Nesta quinta-feira, empregados da JMT que trabalham nos hospitais Santa Catarina (Zona Norte de Natal) e Deoclécio Marques de Lucena (Parnamirim) também aderiram à paralisação. Nas duas unidades, a alimentação está prejudicada.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) diz que não há previsão para o pagamento dos repasses atrasados.
Justiz anuncia paralisação em quatro hospitais por falta de pagamento
A Justiz Terceirização também comunicou que vai interromper a prestação de serviços em quatro hospitais potiguares, por falta de pagamento do Governo do Estado. A paralisação começará na próxima segunda-feira 27.
Segundo a empresa, vão paralisar suas atividades os trabalhadores dos seguintes setores: higienização no Walfredo Gurgel; enfermagem no hospital João Machado e cirurgias nos hospitais Santa Catarina, em Natal, e Lindolfo Gomes Vidal, em Santo Antônio.
Em alguns contratos, o atraso do governo ultrapassa quatro meses, segundo a Justiz. “Por se tratar de um serviço essencial, médicos, enfermeiros, técnicos e higienistas que atuam em contratos com o Governo do RN passarão a trabalhar em escala mínima de 30% do quantitativo total, até que haja o pagamento das folhas em atraso”, afirmou a empresa.
Na quarta-feira 22, representantes da empresa se reuniram com integrantes da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) para buscar informações sobre os repasses. Na ocasião, não houve previsão de pagamento por parte da Sesap. Procurada, a Sesap não se manifestou.
Imagem: Marcelo Camargo
Fonte: Agora RN
Comentários