O senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou nesta segunda-feira 6 a política de valorização do salário mínimo criada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na avaliação de Rogério, a política é “populista e irresponsável” e “impacta negativamente na economia”, já que os reajustes também elevam os custos do governo com previdência e demais programas assistenciais que têm valores atrelados ao mínimo.
“(A política) impacta fortemente nas contas públicas, porque pressiona Previdência e BPC (Benefício de Prestação Continuada). O governo faz tudo errado e perde credibilidade e legitimidade de fazer o debate de forma séria”, afirmou o líder da oposição no Senado, em entrevista à CNN Brasil.
Criada pelo Governo Lula, a política de valorização prevê que o salário mínimo deve ser reajustado todos os anos acima da inflação, algo que não vigorou durante os quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual Rogério era ministro. No fim do ano passado, a regra foi alterada para limitar esse crescimento real a 2,5%, mas ainda assim acima da perda inflacionária.
Para Rogério Marinho, só pode haver aumento de salário caso haja “ganho de produtividade”. “Só pode haver aumento de salário se houver ganho de produtividade. Quando se dá aumento de salário, impacta negativamente na economia, gera efeito contrário do que se espera na política econômica. Ao contrário do que se espera, e é o que aconteceu, em vez de aumentar o poder de compra, gera desajuste na economia, e esse é apenas um dos aspectos”, afirmou o senador.
Segundo o senador, quando o governo amplia muito os seus gastos, a economia como um todo fica prejudicada, o que anula, na avaliação dele, o efeito causado pelo ganho salarial.
“Prejudica as contas públicas porque aumenta o custo de manutenção da previdência e do BPC e gera efeito contrário do que se imagina. A economia está se deteriorando. Estamos perdendo capacidade de ter uma moeda forte, de se ter investimentos na economia. É uma espiral negativa, populista e irresponsável”, finalizou.
GANHO PARA A ECONOMIA. O reajuste de 7,5% no salário mínimo, incluindo ganho real de 2,5%, vai injetar R$ 125,4 bilhões na economia neste ano, segundo nota técnica divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O total corresponde à soma de R$ 81,5 bilhões de reforço na renda dos trabalhadores com R$ 43,9 bilhões adicionais na arrecadação tributária sobre o consumo.
O salário mínimo é referência para milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o país. O novo valor teve por base a variação de 4,84% referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o aumento real de 2,5%, correspondente ao limite máximo de crescimento real das despesas primárias, conforme o Novo Arcabouço Fiscal e o disposto na Lei nº 15.077, de 27 de dezembro de 2024.
De acordo com o Dieese, cerca de 59 milhões de brasileiros têm seus rendimentos vinculados ao salário mínimo, incluindo 28,1 milhões de beneficiários do INSS.
Imagem: Edilson Rodrigues
Fonte: Agora RN
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