O que é hemorragia intracraniana que levou recentemente o presidente Lula a ser submetido a uma cirurgia às pressas? Como o próprio nome sugere, a hemorragia intracraniana é marcada por um sangramento que ocorre na parte de dentro do crânio. O neurologista Renvik Demauir, médico graduado pela Universidade Federal Fluminense, fellowship em neurocirurgia pela Universidade de Tuebingen, Alemanha, com pós-graduação em Neurocirurgia Oncológica pelo INCA, explica que a hemorragia pode ter diversas causas.
“Existem diversas causas para que isso aconteça, entre elas, a ruptura de aneurisma cerebral, a ruptura por má formação de artérias venosas, pancadas na cabeça e o AVC hemorrágico, uma das principais causas de óbito no Brasil”
.A hemorragia pode ser epidural (entre o crânio e a dura máter, uma das membranas protetoras do sistema nervoso), subdural (abaixo da dura máter), subaracnoide (abaixo da membrana aracnoide) e intraparenquimal (nas próprias estruturas do cérebro).
O caso de Lula foi uma hemorragia subdural.
No caso do presidente, o sangramento estava entre o cérebro e a meninge, embaixo de uma membrana chamada dura máter. Esse sangramento comprimiu o cérebro e foi removido. O presidente está com as funções neurológicas preservadas.
Segundo o texto da Universidade do Nebraska, casos de hemorragia intracraniana exigem “avaliação neurocirúrgica imediata”, algo que aconteceu com o presidente brasileiro.
O hematoma se desenvolveu não no local da pancada, na parte de trás da cabeça, mas no lado esquerdo. Isso porque, quando acontece o choque, o cérebro “chacoalha” dentro da caixa craniana — e a lesão pode se desenvolver em outra área.
Esses eventos, claro, não acontecem com todo mundo que passou por uma situação parecida — em alguns indivíduos, o hematoma inicial desaparece naturalmente; em outros, ele cresce e passa a incomodar. O problema é que, aos poucos, esse sangue acumulado começa a pressionar o cérebro. Dependendo de onde a hemorragia ocorre, o paciente pode apresentar dificuldade para falar, dormência e até entrar em coma
Quadros como esse são comuns após pancadas na cabeça. Algo muito frequente em acidentes de trânsito. Muitas vezes, a pessoa nem vai ao hospital após a batida. Só busca um médico meses depois, porque nota que ficou mais esquecido, apresenta fraqueza num lado do corpo ou dor de cabeça.
O doutor Renvik alerta que é preciso estar atento aos sinais.
“Sinais que merecem alerta são uma dor de cabeça considerada a pior da vida, sonolência fora do comum, crise convulsivas e, principalmente, desorientação. O paciente que subitamente iniciar um quadro de desorientação é importante procurar uma emergência, hospital, médico de confiança para que possa ser realizada uma investigação”.
O neurologista também aponta que, salvo caso de pancadas, o principal é sempre investir em prevenção..
“O importante é prevenir sempre, com o controle da pressão arterial, glicemia, cuidado com colesterol, prática de atividade física e, claro, acompanhamento médico regular para que possa cuidar da saúde e evitar de viver situações assim no futuro”, conclui.
Imagens: Reprodução
Fonte: Assessoria de Comunicação
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