Incluindo gerações – Tecnologia e inclusão digital melhoram a vida da pessoa idosa na UFRN

A transferência de conhecimento diretamente ligada à sociedade favorece a inclusão dos idosos no mundo da tecnologia. Um projeto desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), apoiado pela Pró-reitoria de Extensão da UFRN (Proex) e pela Fundação Norte-Riograndense de Pesquisa Ensino e Cultura (Funpec), reúne idosos com o objetivo de fomentar a inclusão digital e envolvê-los no processo tecnológico contemporâneo, melhorando sua qualidade de vida. Iniciado em 2016, o projeto foi proposto por duas alunas do curso de Bacharelado em Tecnologia da Informação (BTI) na disciplina de TI e Sociedade.

O Projeto de Extensão Inclusão Digital para Idosos (ProEIDI) mostra como a tecnologia pode transformar a vida de idosos e impulsionar o desenvolvimento social. Ao oferecer cursos de informática, a iniciativa não só melhora a qualidade de vida dos participantes, mas também estimula a transferência de conhecimento tecnológico para toda a comunidade. “O acesso às tecnologias digitais deve ser uma política pública para qualquer cidadão. Atualmente, vários auxílios, informações e recursos são somente obtidos via aplicativo ou um site web”, comenta Isabel Nunes, coordenadora do ProEIDI.

O projeto é uma iniciativa do IMD e já beneficiou cerca de 700 pessoas desde sua criação. Atualmente, 120 idosos participam dos cursos semestrais

A iniciativa, que se enquadra no indicador 17 do Plano de Gestão 2023 – 2027 da UFRN, desenvolve cursos de smartphone básico, smartphone avançado, computador, pensamento computacional e inteligência artificial, como também funções básicas do smartphone, aplicativos mais avançados do dia a dia (Uber e Ifood), e realizam trabalho colaborativo no computador. Isabel destaca que é essencial cursos e formações, em qualquer ambiente e com qualquer formação, para que as pessoas permaneçam atualizadas e capazes de realizar tarefas via tecnologias digitais.

Édyl Batista, professor aposentado e aluno do ProEIDI fala sobre a confiança obtida através do projeto e a importância da expansão do curso para outras instituições. “Existem várias campanhas para o idoso se exercitar fisicamente, mas a parte mental, o pensamento computacional também é importante para a mente. A emoção, a parte cognitiva, e ao mesmo tempo o social, porque vamos começar a participar mais das redes, ter mais confiança no manuseio”, completa.

O ProEIDI transformando a vida dos idosos

Sarah Campos, aluna da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT/UFRN), bolsista no projeto, menciona sua ida ao Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE), que ocorreu no Rio de Janeiro, entre os dia 4 e 8 de novembro, onde apresentou um artigo sobre Metodologias de pensamento computacional para a pessoa idosa. Sarah, junto ao Vinicius Eudes, também bolsista, foram ao congresso mostrar a metodologia usada por eles no projeto. “Analisamos os estudos existentes, tentamos aplicar na linguagem de programação já utilizada e conseguimos captar os erros, pontos que poderíamos melhorar”, explica Sarah.

A responsabilidade pela transferência de tecnologia na UFRN é da Agência de Inovação (AGIR), que tem como missão transformar conhecimento tecnológico em inovação, gerando valor para universidades, empresas, governo e sociedade em geral. Em parceria com a AGIR, a diretoria de projetos do Instituto Metrópole Digital (IMD) é responsável por prospectar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, orientar e apoiar os coordenadores na elaboração, tramitação, execução e encerramento de projetos.

Conectando gerações

“O conhecimento é o principal valor que impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias”. A frase é de Jair Leite, Diretor de Projetos do IMD. Na UFRN, os contratos de transferência de tecnologia garantem ao inventor a retribuição legal daquilo que ele desenvolveu na pesquisa. Esses documentos podem se dar através do licenciamento com exclusividade, sem exclusividade e através de cessão da propriedade intelectual. Um exemplo de transferência de tecnologia é o Sistema Integrado de Gestão (SIG), uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da UFRN, licenciada para outras universidades do Brasil e implantada em mais de 70 instituições em todo país.

Segundo Jair, no IMD as transferências de tecnologia têm ocorrido em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Quando as parcerias são com órgãos públicos, as soluções tecnológicas frequentemente se tornam serviços que trazem benefícios à sociedade. Nas parcerias com empresas privadas, a tecnologia pode resultar em produtos aprimorados, disponíveis para aquisição pela população.

A iniciativa conta com a colaboração de cerca de 40 voluntários e cinco bolsistas de diversas graduações

“Inovação é a melhoria de produtos e processos para o benefício da sociedade”, destaca Jair. Segundo o diretor de projetos, nem toda inovação se traduz diretamente em tecnologia, mas, no IMD, o conhecimento dos pesquisadores e bolsistas é transformado em novos produtos ou em aperfeiçoamentos de produtos existentes. De forma direta ou indireta, ao realizar pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias, o IMD busca naturalmente o benefício da sociedade, com a disponibilização das soluções para o público, ou por meio dos parceiros.

Imagens: Instagram ProEIDI

Fonte: Agecom/UFRN

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