O Laboratório de Biologia de Parasitos e Doença de Chagas (Labiopar), do Centro de Biociências (CB/UFRN), publicou um material informativo para pessoas surdas na 11ª jornada de Biologia Parasitária. A cartilha, voltada para a disseminação do conhecimento sobre doenças negligenciadas, foi lançada em 5 de dezembro e inclui sinais de Libras, destacando informações de utilidade pública sobre essas doenças e seus vetores.
O evento, que ocorreu entre 4 e 6 de dezembro, foi realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária da UFRN. Na ocasião, a obra foi, também, agraciada com o prêmio Adalberto Varela-Freire (melhor trabalho da Jornada). O reconhecimento tem como objetivo incentivar o ensino, pesquisa e extensão em biologia parasitária.
A cartilha inclui informações sobre barbeiro, leishmaniose, nomes de insetos e até infecções. Cada item apresenta uma descrição escrita, acompanhada de sinais em Libras sobre os seus respectivos conceitos. No final do documento, há um QR code que disponibiliza vídeos de cada um dos sinais mostrados.
Produção da cartilha
Para o desenvolvimento da cartilha, os autores Kleber Ribeiro (biólogo e doutorando no programa interinstitucional UFRN e Fundação Oswaldo Cruz) e Marcília Souza (técnica em enfermagem), que estão finalizando o curso de Letras/Libras pela Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), levaram em conta a necessidade de comunicação entre os profissionais de saúde e a comunidade surda.
Ao produzi-la, contaram com a orientação do professor Ideilton Alves Freire, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Científica, Inclusão e Diversidade na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e também da Univasf. A parceria para a produção ocorreu graças ao curso de Letras/Libras da instituição pernambucana.
“Vi a importância da Libras na saúde, especialmente no campo da parasitologia, pois a prevenção e tratamento de doenças é essencial na proteção à saúde individual e coletiva”, expressa Kleber sobre o desenvolvimento da cartilha. Já que a obra funciona como um guia para orientar as pessoas acerca de doenças raras, as informações incluídas ajudam a atrair mais profissionais para conhecer a linguagem de sinais.
Esse conhecimento garante que a comunidade surda tenha acesso a informações cruciais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento dessas enfermidades. Junto dos profissionais, foram convidados professores, biólogos, médicos, biomédicos, farmacêuticos, veterinários, físicos e enfermeiros da UFRN e de outras instituições, para participar da construção das imagens e vídeos dos sinais.
Quanto à divulgação, os autores informam que, além da disponibilidade em PDF da cartilha e da distribuição da versão física em universidades e escolas, haverá parcerias com associações da comunidade surda.
Imagens: Acervo dos pesquisadores/Reprodução
Fonte: Agecom/UFRN
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