O encaminhamento correto de materiais é uma prática essencial para a preservação do meio ambiente. Ao adotá-la, é possível reduzir a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários, evitando a poluição. O projeto de extensão Descarte Consciente, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (Nuplam/UFRN) e o Departamento de Farmácia (DFAR/UFRN), traz uma perspectiva de futuro limpo para a realidade universitária.
A iniciativa, vinculada a um programa nacional de mesmo nome (Descarte Consciente), teve início em 2016. Seu objetivo é receber medicamentos sólidos e líquidos, maquiagens e produtos cosméticos vencidos ou não mais utilizados. Em 2024, aproximadamente 350 quilos de medicamentos foram descartados, já as embalagens de cosméticos totalizam 40 quilos. Estima-se que desde 2016 foram recolhidos 4,5 toneladas. Atualmente, o projeto conta com 30 alunos, sendo que 180 discentes já contribuíram desde a criação.
Vanessa Oliveira é estudante do curso de farmácia e participa do projeto desde junho de 2023. Entre as principais atividades realizadas pela discente estão a gestão de mídias sociais, a fiscalização dos pontos de coleta e o desenvolvimento de ações externas à Universidade. De acordo com Oliveira, o projeto foi um divisor de águas na trajetória dela enquanto graduanda e no âmbito pessoal. “Ao iniciar no Descarte Consciente, me deparei com toda a cadeia de produção e uso dos medicamentos, bem como o impacto do descarte indevido na vida da população. Há ainda a grande preocupação com a questão ambiental”, relata.
A futura farmacêutica conta que orienta amigos, familiares e colegas acerca da sustentabilidade. Outro aspecto levantado por Vanessa foi a relevância da iniciativa. “Acredito que tenha uma importância muito grande para a Universidade, para a cidade e para o país como um todo, pois conscientiza, educa e orienta as pessoas para um problema tão sério e urgente: o descarte de medicamentos e resíduos tóxicos no nosso planeta”, explica.
A parte mais árdua do projeto, na opinião de Vanessa Oliveira, é conseguir a colaboração das pessoas. “Mesmo sabendo da necessidade de descartar corretamente os medicamentos, ainda assim não o fazem. Além disso, destinam de forma incorreta, sem isolar os materiais que são perigosos, como perfurocortantes”, lamenta. Ela enfatiza que o papel da sociedade na iniciativa é muito importante, pois é a partir da ajuda de cada um que se faz a diferença.
Solidariedade
A professora do DFAR/UFRN, Lourena Mafra, coordena o programa. Ela explica que ações beneficentes são uma das propostas do Descarte Consciente. “Fizemos a Açaí Solidária e foi muito legal. Arrecadamos alimentos para distribuição à população carente, especialmente um grupo de idosos. Entregamos cerca de 300 kg de alimentos. Reconhecemos a importância de promover segurança alimentar, e isso se alinha também à questão da sustentabilidade defendida pelo projeto”, conta
Mafra fala que as filantropias normalmente abrangem todos os perfis-cidadãos, porém algumas em específico possuem foco em determinados públicos, como o infantil, o da terceira idade e o hospitalar. A docente estima que, em média, os membros realizam três programações solidárias por ano. “Acredito que já fizemos em torno de 20 ações desde o início do projeto em 2016”, avalia.
Pontos de coleta
Interessados devem realizar a entrega dos resíduos no Centro de Convivência do Campus Central, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. Há também uma estação coletora na Faculdade de Farmácia, localizada no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol/UFRN), disponível nas quartas-feiras, das 13h às 16h. Após a coleta, os resíduos farmacêuticos passam por uma triagem no Nuplam e são encaminhados para incineração apropriada.
Acompanhe as redes sociais do programa Descarte Consciente.
Fonte: Agecom/UFRN
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