Terrifier 3 surpreende pela brutalidade crua no terceiro capítulo da saga

O filme do palhaço Art The Clown, continua sendo uma grata surpresa para quem realmente curte uma boa produção gore, isso porque tem brutalidade e cenas envolvendo crianças e animais de uma forma nunca antes vista. O primeiro filme, lançado oficialmente em 2018, já havia chamado atenção pela forma como mostrou os horrores feitos pelo palhaço com as vítimas. Durante as exibições tanto do primeiro quanto do segundo, houve notícias com relatos de pessoas sendo socorridas durante as sessões de cinema, isso devido a temática ser bem crua em relação a brutalidade das mortes no filme, além do explícito e chocante, também pela forma como a direção resolveu mostrar tudo isso em tela.

Agora em 2024, um novo capítulo chega aos cinemas, trazendo não uma história isolada de acontecimentos, mas uma continuação direta dos dois filmes anteriores. Terrifier 3, dirigido por Damien Leone, ressuscita o palhaço Art, e o introduz em uma busca para concluir a missão de eliminar os sobreviventes do massacre feito durante o Halloween no filme anterior. No entanto, o palhaço mais debochado do cinema não está sozinho nessa busca, porque Victoria, uma até então, sobrevivente do ataque do Art, agora o ajuda a concluir a missão.

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Desde então, se tratando de novidade, pouca coisa é incrementada nessa sequência, isso nem de longe significa algo ruim, mas é perceptível para quem já conhece o universo do personagem. O diretor decidiu contar uma história bem pontual com duas linhas narrativas distintas que se completam no final. Isso porque durante a jornada de Art até o encontro com Sienna (Lauren Lavra), e seu irmão Jhonatan (lliott Fullam), há toda uma passagem por lugares, na qual o palhaço faz vítimas usando métodos grotescos para acabar com essas pessoas.

Por outro lado, tanto Sinna quanto Jhonattan, lidam com seus traumas de formas diferentes. Isso porque o irmão tenta levar uma vida normal ao fugir o máximo de conversas sobre tudo que vivenciou durante os eventos do segundo filme. Enquanto Sienna, que sofreu traumas absurdos, é convidada para passar o natal com a tia e a prima mais nova, Gaabi, para distrair a mente e fugir de pensar sobre o palhaço e todos os traumas causados por ele.

O terceiro capítulo usa o Natal como pano de fundo para criar o artifício perfeito usando alegorias da época, tal como, o papai noel, alegorias cristãs, dentre outras pequenas adições para chocar até o mais cético. Não há exagero, a aquisições dessas alegorias são na medida correta, e acontecem dentro de um contexto explicado pela própria linha narrativa da história.

Dito isso, novamente é importante exaltar a forma como Art The Clown interpretado pelo ator David Howard Thornton é brutal, carismático, e muito debochado, uma junção de perfeito equilíbrio. Isso porque para além da brutalidade das cenas de violência explícita, o personagem chama atenção pela mimica, sobretudo pelo deboche que faz durante algumas cenas de tortura. A soma disso tudo é um terror pesado com pequenos toques de humor.

Outro ponto bem trabalhado aqui, sem dúvida, são os efeitos práticos usados na medida correta, que conversa com a trama em perfeita junção de harmonia. Isso coloca o filme em outro patamar de veracidade, coisa importante para gerar toda a atmosfera produzida pelo enredo. Além disso, as locações dão uma sensação bem melhor quando se trata do uso do ambiente para trabalhar o artifício do manuseio de materiais disponíveis para torura e matança.

Com relação às atuações, não há grandes pontuações para exaltar, todos estão bem colocados sabem fazer o serviço com competência, os maiores destaques são sem dúvida Lauren Lavra como Sienna e David Howard como Art. Uma outra atuação que chama atenção porque a direção usa a personagem como artifício para falar com o público sobre a história mostrada na trama, é a (Samantha Scaffidi) como Victoria, basicamente ela é a voz pela qual o público fica sabendo os planos dos vilões, visto que o Art só gesticula.

Por fim, Terrifier 3, é uma grata surpresa por usar bem o artifício do gore, não somente para impressionar como também para contextualizar, afinal, o filme produz um personagem sórdido capaz de cometer as maiores atrocidades apenas por diversão. A produção cravou, sem dúvida, um novo nome para o terror contemporâneo, Art The Clown é aquilo que por muito tempo não se via no cinema de horror. A limitações do personagem de não falar, lhe obrigando a usar o artifício da mímica de maneira extremamente divertida, faz este um novo e cativante personagem do terror. Terrifier 3 entra em cartaz nesta quinta-feira (31), nos cinemas nacionais.

Fonte: O Barquinho Cultural 

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