Han Kang, a escritora sobre as memórias e traumas sul-coreanos é laureada no Prêmio Nobel de Literatura 2024

Nesta semana os laureados do Prêmio Nobel de diferentes áreas estão sendo anunciados ao público, entre esses àqueles que obtiveram as contribuições notáveis na literatura, sendo condecorado com o maior prêmio literário do mundo, que em 2024 foi ofertado para a escritora e jornalista sul-coreana Han Kang, por sua intensa projeção aplicada na prosa poética em confronto com traumas históricos e exposição a fragilidade da vida humana.

O trabalho de Han Kang é caracterizado por essa dupla exposição da dor, uma correspondência entre tormento mental e físico com estreitas conexões com o pensamento oriental“, afirma a academia.

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Kang, que é filha do romancista sul-coreano Han Seung-won, nasceu em Gwangju, Coreia do Sul. Formada em literatura na Universidade Yonsei, em Seaul, e pós graduada como jornalista pelas revistas Publishing Journal e Samtoh em meados da década de 1990, quando empeçou sua carreira literária, divulgando poemas em revistas segmentadas, entre esses está Inverno em Seul, publicada na edição da revista Munhak-gwa-sahoe (Literatura e Sociedade) em 1993.

No ano de 1994, a autora adentrou no mundo romancistas, com o relato A âncora escarlate, qual ganhou o Concurso Literário da Primavera de Seoul Shinmun, e no ano seguinte, lançou seu primeiro livro de contos, (여수의 사랑), o que foi o grande abre-alas para mergulhar intensamente como escritora, participando de palestras, debates e discussões sobre artes e literatura, assim como quando ela fez parte do Programa Internacional de Escrita da Universidade de Iowa, em apoio do Conselho de Artes da Coréia.

O sucesso mundial veio com seu romance A Vegetariana (2007), uma obra que ela começou escrever dez anos antes, dividido em três atos, baseado em seu conto The Fruit of My Woman. Este livro, após ganhar sua edição em inglês, conquistou o Man Booker Prize (Prêmio Booker) em 2016. No Brasil, a publicação ganhou duas edições, uma lançada em 2013, pela Editora Devir, com tradução direta do coreano por Yun Jung Im, e posteriormente em 2018, pela editora Todavia, traduzida do coreano por Jae Hyung Woo. Além de A Vegetariana, Kang publicou diferentes obras, como O menino Buda, A mancha mongólica, Atos Humanos e O livro branco, todos reconhecidos e aclamados em sua publicação.

A sua notoriedade também a trouxe para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2021, onde Kang abordou temas relevantes e centrais de sua obra mais consagrada, entre essas a relação unânime entre humanidade e natureza, tão observado no livro. Em destaque a escritora abordou questões referentes a opressão, violência e a resistência silenciosa, projetando seu posicionamento e reconhecimento original pelo mundo.

Atualmente Han Kang leciona escrita criativa na Universidade de Seul, e escrever contos e romances, além de produzir realizações de trabalhos de artes visuais. Além de conquistar a honraria de mais prestígio na cena literária, com um Nobel notório, do qual nem mesmo Kang esperava, como comentou o secretário permanente da Academia Sueca, Mats Malm ao falar com a autora por telefone; “Ela estava tendo um dia comum, ao que parece – tinha acabado de jantar com o filho. Ela não estava realmente preparada para isso, mas começamos a discutir os preparativos para dezembro [quando a autora receberá o prêmio]“.

Fonte: O Barquinho Cultural 

 

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