Projeto compartilhará estratégias de enfrentamento à mortalidade materna e neonatal

Uma cooperação técnica promoverá desenvolvimento e compartilhamento de estratégias para o enfrentamento da mortalidade materna (MM) e neonatal (MN). A ação é promovida pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) na Maternidade-Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN/Ebserh) e no Hospital Universitário Ana Bezerra (Huab-UFRN/Ebserh). O projeto será lançado no dia 26 de setembro, às 9h30, no Auditório Miguel Lula, prédio anexo ao Huab-UFRN/Ebserh.

A atividade é uma estratégia de apoio para a qualificação de práticas clínicas (QPC) com ênfase nas causas da mortalidade neonatal e mortalidade materna.

A Mejc é referência no atendimento a gestantes e em triagem neonatal

A maternidade é referência no atendimento às gestantes do Rio Grande do Norte, realizando uma média de 350 partos por mês. Além das gestantes que ficam internadas em tratamento clínico, com uma média mensal em torno de cem pacientes gestantes. Ainda, a MEJC oferece todos os testes de triagem neonatal para rastreio de doenças nos primeiros momentos de vida do recém-nascido, como os testes de orelhinha, olhinho, linguinha, coraçãozinho e do pezinho, esse, capaz de detectar até sete doenças no recém-nascido.

Huab é destaque nos serviços de humanização

Entre os serviços e atendimentos humanizados, o Huab-UFRN/Ebserh vem se destacando no âmbito do cuidado centrado ao paciente, de forma singular e integral; na promoção da autonomia e  do protagonismo da mulher no processo parturitivo; na progressão do cuidado e da alta responsável; além de acesso, qualidade e segurança nos processos assistenciais.

Um dos serviços pioneiros desenvolvidos no hospital é a humanização da assistência ao parto e nascimento, por meio do trabalho interdisciplinar e da atuação com autonomia do enfermeiro obstetra. O Huab-UFRN/Ebserh é o polo do primeiro centro de parto normal do Rio Grande do Norte, fortalecendo a humanização na assistência ao processo parturitivo e no nascimento. Também instituiu a primeira Residência em Enfermagem Obstétrica do RN, intensificando o modelo humanístico do cuidado.

De acordo com a Gerente de Atenção à Saúde do Huab-UFRN/Ebserh, Flávia Andreia, o projeto contribuirá para qualificar a prática clínica em neonatologia e obstetrícia. “Compartilhar estratégias para o fortalecimento dos processos de cuidado, mudando os desfechos perinatais e reduzindo a mortalidade materna e neonatal”, destaca.

A cooperação abrange dez passos para o cuidado neonatal e dez passos para o cuidado obstétrico.

Cuidado neonatal:

  1. Siga as normas de reanimação neonatal e previna a hipotermia.
  2. Use CPAP desde a sala de parto e evite intubar o recém-nascido.
  3. Controle o uso de oxigênio. Evite a hiperóxia.
  4. Alimente o RN o mais precoce possível e de preferência com o leite materno/humano.
  5. Higienize as mãos e evite antibióticos desnecessários.
  6. Faça uso criterioso de medicamentos (aminas, analgésicos e sedativos).
  7. Pratique o Método Canguru e integre a família e a equipe interprofissional no cuidado individualizado.
  8. Siga as normas de segurança do paciente no cuidado com o RN.
  9. Utilize de forma racional os recursos existentes e pratique o gerenciamento de leitos.
  10. Utilize os indicadores de sua unidade neonatal como fonte de melhorias e de aprendizado da equipe.

Cuidado obstétrico:

  1. Garanta encontros de qualidade, centrados nas necessidades de cada mulher, durante todos os contatos com os serviços de saúde.
  2. Institua ações de profilaxia e identificação das síndromes hipertensivas durante o pré-natal.
  3. Realize triagem oportuna de infecções do trato geniturinário.
  4. Identifique precocemente sinais de gravidade clínica materna e garanta tratamento oportuno.
  5. Ofereça treinamento das equipes de assistência regularmente, para o pronto reconhecimento e condução dos casos de urgências e emergências obstétricas.
  6. Garanta o reconhecimento precoce e tratamento oportuno e adequado dos quadros de síndromes hipertensivas graves na gestação.
  7. Garanta o reconhecimento precoce e tratamento oportuno e adequado dos quadros infecciosos na gestação.
  8. Garanta o reconhecimento precoce e tratamento oportuno e adequado das síndromes hemorrágicas na gestação e puerpério.
  9. Reduza as taxas de cesariana desnecessárias.
  10. Garanta vigilância e assistência permanente no puerpério.

Imagem: Reprodução 

Fonte: Agecom/UFRN

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