A Odontologia hospitalar compreende um conjunto de ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas de doenças orofaciais, manifestações bucais de origem sistêmicas ou de sequelas de seus respectivos tratamentos, seja em ambiente hospitalar (internados ou não) ou em assistência domiciliar inseridas no contexto de atuação da equipe multiprofissional, visando a manutenção da saúde bucal e a melhoria da qualidade de vida.
São várias as áreas de atuação do cirurgião-dentista segundo a patologia do paciente, que requer atendimento odontológico hospitalar: odontologia nas coagulopatias, como nos casos de pacientes que fazem uso de anticoagulantes ou portadores de coagulopatias, principalmente em procedimentos invasivos que possam causar sangramentos. Assim como também aos pacientes diabéticos que podem descompensar e em decorrência ter várias manifestações bucais; nos pacientes nefropatas, ou seja, manejo odontológico adequado do paciente renal que pode estar associados a comorbidades como cardiopatias, diabetes, hipertensão, imunossupressão e que possam a vir necessitar de um transplante renal.
Na hepatologia (alteração do fígado), que podem causar alterações importantes na cavidade oral, dependendo da severidade da alteração sistêmica, é possível identificar principalmente em crianças, mudança da cor de esmalte dental, pigmentação da mucosa e tecidos moles além de quadros crônicos causados pelas hepatites virais como cirrose, carcinoma hepatocelular e formas agudas fulminantes, como também no transplante hepático.
Na cardiologia, o acompanhamento odontológico dos pacientes cardiopatas é fundamental, pois qualquer processo infeccioso em cavidade oral pode agravar o quadro clínico e prejudicar o tratamento médico. Outra atuação da odontologia hospitalar é na neurologia e psiquiatria, são atendimentos a pacientes psiquiátricos com doença psiquiátrica aguda que requer internação imediata, dores orofaciais crônicas, com deficiência mental isoladas ou associadas a epilepsia, autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno de humor, fobias, ansiedade, que não colaboram e precisam de sedação. Odontologia na pediatria hospitalar, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Na oncologia, a presença do dentista na equipe multiprofissional hospitalar, pois são vários os efeitos colaterais advindos da quimioterapia e /ou radioterapia de cabeça e pescoço na cavidade oral, que interferem na qualidade de vida do paciente, como cáries cervicais, xerostomia, disgeusia, infecções secundárias, osteorradionecrose, trismo e principalmente a mucosite A mucosite oral é a consequência mais comum do tratamento contra o câncer.
É encontrada em aproximadamente 40% dos pacientes que são submetidos a quimioterapia e em quase 100% dos pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço, apresentando-se em graus variáveis, além de ser a complicação mais comum em pacientes submetidos a transplante de medula óssea. Caracteriza-se por condição inflamatória da mucosa que se manifesta na mucosa do trato gastrointestinal e da cavidade oral, através de eritema, ulceração, hemorragia, edema e dor.
Além da importante sintomatologia, as ulcerações aumentam o risco de infecção local e sistêmica, e comprometem a função oral, além de serem bastante dolorosas, aumentando o grau de morbidade e /ou mortalidade. O paciente pode ter seu tratamento antineoplásico suspenso, interferindo no controle da doença e na sobrevida do paciente. A laserterapia vem sendo uma ferramenta terapêutica essencial na prevenção e tratamento da mucosite oral pelo seu efeito cicatrizante, anti-inflamatório e antiedematoso.
Outra área da odontologia hospitalar são os pacientes em cuidados paliativos, cujo sintomas do tratamento comprometem a cavidade oral com o objetivo de proporcionar qualidade de vida aos pacientes, sendo a boca o primeiro local a apresentar dor e perda de função. A odontologia hospitalar faz parte junto à equipe multidisciplinar do atendimento integral ao paciente, visando o bem estar durante todo o período de internação, conferindo melhor qualidade de vida.
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Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP