O empresário Mario Carlos Borges Junior, conhecido como “Crente Trader”, voltou a vender cursos de investimentos e operação de ações. Isso ocorre apesar de estar envolvido em dezenas de processos judiciais e de dívidas que podem ultrapassar R$ 20 milhões.
Borges promoveu retorno nas redes sociais nas últimas semanas através do instagram, onde oferece seus “conhecimentos” de mercado de ações. Por lá, está vendendo um método de operação na bolsa de valores (B3). Ele também está com inscrições para o “Curso DayTrade Profissional” em uma plataforma de aulas online, ao custo de R$ 1.497 pelo pacote de aulas.
Atualmente, Mário Borges está sob investigação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD). Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de pirâmide financeira, tendo prometido altos rendimentos em investimentos milionários através de vídeos nas redes sociais.
A M7 Business oferecia serviços de investimentos no mercado financeiro, garantindo ganhos mensais de 5% a 8% sobre o valor aplicado. Segundo as investigações, após os investimentos, as pessoas deixaram de receber os rendimentos prometidos e não conseguiram a devolução dos valores investidos, resultando em prejuízos financeiros.
Ministério Público pede mais prazo para investigar o “Crente Trader”
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) solicitou a prorrogação do prazo para investigar Mário Carlos Borges Júnior, conhecido como “Crente Trader”, proprietário da empresa M7 Business. A empresa é alvo de inquérito policial por suspeitas de crimes contra a economia popular, estelionato e relações de consumo. O Ministério Público pediu mais 90 dias, destacando a necessidade de esgotar todas as diligências importantes para o procedimento investigatório, dada a complexidade dos crimes sob investigação.
A autoridade policial encaminhou os autos do inquérito ao Ministério Público sem um relatório conclusivo, solicitando mais tempo para aprofundar as investigações. Segundo o pedido do MPRN, assinado pela promotora Isabela Lúcio Lima da Silva, é necessário entender o funcionamento da atividade criminosa e rastrear o “caminho do dinheiro” através de um levantamento preliminar das informações financeiras e patrimoniais.
O relatório preliminar apontou indícios sobre o destino dos milhões de reais recebidos nas contas do investigado e suspeitos. Para desarticular a atividade criminosa, será essencial representar pelo afastamento do sigilo bancário e fiscal de Mário Borges e possíveis cúmplices, considerando a reiteração dos delitos e a possível participação de outros indivíduos não identificados na fase inicial da investigação.
Processos judiciais
Nos últimos meses, o empresário Mário Borges, conhecido como “Crente Trader”, tem enfrentado uma série de derrotas judiciais. Diversos processos contra ele estão em andamento, com algumas decisões significativas tomadas recentemente.
No dia 3 de junho, a juíza Rossana Alzir Diógenes Macêdo atualizou o valor de uma causa para R$ 1,1 milhão contra o empresário.
Em 15 de março, a juíza Daniella Simonetti Meira Pires de Araújo determinou a expedição do mandado de pagamento, com um prazo de 15 dias para o cumprimento da obrigação e o pagamento de honorários advocatícios de uma ação aberta por uma instituição bancária.
Em 27 de março, Mário Borges obteve uma vitória. O juiz Otto Bismarck Nobre Brenkenfeld extinguiu um processo que cobrava valores do empresário. O juiz argumentou que a parte autora não preenchia os requisitos legais para o deferimento dos benefícios da justiça gratuita e que não houve pagamento das custas, levando ao cancelamento da distribuição.
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Fonte: Novo Notícias