Yellowface – Um obra sagaz e diversa envolto de objeções e realizações

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Já imaginou se uma amiga e ex-colega de faculdade, de quem você era muito próxima morresse e você se apropriasse dos manuscritos do novo livro dela, e e então percebesse que este pode ser o seu momento, afinal o destino pode ter tomado rumos diferentes, enquanto uma conquitou seu espaço, a outra só recebia migalhas e se contentava com freelancers mal pagos para sobreviver, podendo essa ser a oportunidade que faltava para escancarar o mercado editorial e a sociedade racista e preconceituosa.

Assim sucedeu com June Hayward, que após um estranho incidente com Athena Liu, sua colega de faculdade que sonhavam em ser escritora e chegarem juntas ao estrelato, mas, o destino pode pregar peças com nossos ensejos, já que Athena conquistou seus louros literários muitos antes, enquanto June se contetava com as sobras de reconhecimento. Mas, foi após um fátidico acontecimento, que a vida de June poderia mudar significativamente, afinal, ninguém aguenta mais ler histórias de mulheres brancas com as mesmas narrativas de sempre, e foi então que ela decidiuintensificar a nova obra da amiga, apropriando-se dela e dando uma novadiretriz e relevância, colocando em uma obra experimental em que trabalhadores chineses são protagonistas durante Primeira Guerra Mundial.

A ideia era incrível e até a editora, que buscava uma nova colocação no mercado, concordou em publicar, mas só se ela passasse a usar um nome ambíguo, como Juniper Song, pois a história era ótima e precisava ser contada, colocando seu livro entre os mais vendidos e finalmente dando a verificação que June sempre sonhou. Todavia, nem toda realização agrada à todos, ainda mais quando apodera das concepçõesde outra pessoa, e farsa pode virar um grande debate na internet sobre plágio e identidade racial, colocando June em contradição sobre a si mesma e o sucesso finalmente conquistado.

Yellowface, uma obra da autora da aclamada trilogia A Guerra da Papoula e vencedora dos prêmios Nebula e Locus, Rebecca F. Kuang, também conhecida como, R.F. Kuang, mostrando a flexibilidade em desenvolver uma narrativa dinâmica, intrínseca e divertida, em uma sátira ampla sobre diversidade, racismo e apropriação cultural como temas fundamentais expostos de forma dessemelhante, diante as objeções mais atrozes e um sistema que marginaliza e discrimina as diferenças, em uma leitura voraz e provocadora, enfatizando divergentes discussões morais que permeia a cena literária e editorial atual.

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O livro lançado em 2023, é um grande best seller mundial, conquistou o Goodreads Choice Awards 2023 e em 2024, ele o The British Book Awards na categoria “melhor livro de ficção”, por explorar de maneira visceral as nuances da apropriação cultural e discriminação, em uma obra versátil, autêntica e original diante a complexidade da indústria referente a diversidade racial e cultural pela representatividade.

Fonte: O Barquinho Cultural 

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