As baleias-pilotos seguem encalhadas na praia de Pititinga, em Rio do Fogo, no litoral Norte do Rio Grande do Norte. Na manhã desta segunda-feira (3), o presidente do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM), Daniel Solon, confirmou que cinco animais morreram e 16 ainda estão na região. Nesta manhã, há uma operação para levar as baleias de volta para o alto mar. Este é o quarto dia do encalhamento.
O Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN) e o CEMAM estão atuando no encalhe em massa das baleias-piloto (Globicephala macrorhynchus) na praia. A operação que ocorre na manhã desta segunda-feira tenta levar os animais encalhados de volta para o alto mar. Em primeiro momento, foi utilizado embarcações para que as baleias se reposicionassem naturalmente. “A estratégia até então, todo dia ela está sendo reavaliada. Se utilizou de embarcações para tentar espantar, de certa forma e levar esses animais mais para o fundo, para a região mais oceânica, porém não teve sucesso. Então, hoje, a gente redobrou a quantidade de embarcações”, explicou Solon.
A operação conta com duas embarcações de apoio e também ajuda do Corpo de Bombeiros, que está ajudando a poder colocar uma rede e poder levar esses animais todos juntos mais ao fundo. “Nesse momento, essa operação ainda está em curso e os animais já estão a distância considerável da costa, porém, só vamos poder avaliar o sucesso da operação mesmo quando a equipe que está em campo a bordo entender que esses animais já estão em situação de estarem livres, digamos assim”, esclareceu o presidente da CEMAM.
No dia 31 de maio, o projeto foi acionado para auxiliar no encalhe dos animais em Pititinga, Rio do Fogo. Após o encalhe, no dia 1°, três baleias morreram. A equipe realizou exames para identificar possíveis causas desse encalhamento. “Pelas necrópsias que foram feitas nas carcaças que já encalharam, que de fato o líder desses animais, já que são animais que vivem em grupos, são animais gregários, ele deve ter se desorientado e acarretou a vinda de todos os animais junto com ele. Então as necrópsias dos animais que foram possíveis, elas evidenciaram um comprometimento da região acústica desses animais, do ouvido desses animais com muitos parasitas. E esse motivo, como são animais que se comunicam por sons, uma vez que seu aparato acústico auditivo está comprometido, ele acaba por se desorientar e acabar por vir a encalhar”, explicou o presidente da CEMAM.
Imagens: Ricardo Moraes
Fonte: Tribuna do Norte