Semiárido brasileiro é palco da primeira simulação lunar do hemisfério sul

Publicidade

Foi no ano de 1969, no Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida (EUA), que uma viagem responsável por levar o homem ao espaço fez história, se tornando a primeira missão tripulada a pousar na Lua. A Apollo 11, como conhecida, é a expedição mais emblemática já realizada pela Agência Espacial Americana (NASA). Para celebrar essa história, acontece, entre os dias 29 de maio e 1º de junho, a primeira simulação lunar do Hemisfério Sul realizada pela Habitat Lunar, ação da startup Inovatix Habitat Marte, incubada pela UFRN.

A estação de simulação espacial Habitat Lunarfunciona no Aerospace Complex, zona rural de Caiçara do Rio do Vento, a 100 km da capital Natal, no Rio Grande do Norte. A ação ocorre juntamente com a estação espacial Habitat Marte que, entre as 5 estações existentes no mundo, é a única no Brasil análoga ao planeta Marte em operação no Hemisfério Sul. Financiada com recursos do programa Centelha 2 e apoiada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a estação de treinamento é uma ação do projeto Inovação e sustentabilidade espacial e formação de astronautas, pensado pela startup.

Na missão, os participantes terão contato com alguns dos protocolos de simulação e pesquisas. Segundo Julio Rezende, professor do Departamento de Engenharia de Produção da UFRN e coordenador da iniciativa, já foram desenvolvidos mais de 200 protocolos e pesquisas que relacionam sustentabilidade e espaço, os quais estão sendo aplicados na estação espacial Habitat Lunar. “A gente tá comemorando os 65 anos da chegada do homem à lua, então essa estação procura simular e funcionar como se fosse na lua. Isso ajuda a pensar como vão ser as missões futuramente”, adianta Júlio.

O professor explica que os protocolos de simulação são bem variados, envolvem, por exemplo, as atividades que acontecem dentro da estação e as que ocorrem fora dela, quando se usa uma roupa que simula a do astronauta. Esses métodos estão relacionados a vários temas como engenharia, gestão, saúde e agricultura. “Nós temos um planejamento das atividades e de como elas vão ser executadas. Procuramos, com algumas delas, refletir sobre as situações que ocorrem no espaço”, completa Rezende.

Uma piscina foi instalada para realizar testes de protocolos de segurança e simulações de ausência de gravidade na infraestrutura para atividade extraveicular subaquática. Júlio Rezende reforça que são bem-vindos pesquisadores, profissionais e estudantes, de diferentes áreas do conhecimento, interessados em conhecer mais sobre exploração espacial. O objetivo do Habitat é promover pesquisa e educação de qualidade relacionada ao espaço, a sustentabilidade, a ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Empolgado com a atividade, o coordenador aponta que espera colher vários dados de pesquisa para a publicação de trabalhos internacionais. “A expectativa em relação a essa primeira simulação do hemisfério sul é bem interessante, esse sentimento de expectativa realmente me faz torcer que tenhamos um bom momento de convívio entre os participantes que estão na simulação; uma relação humana de respeito; e bons resultados acadêmicos”, finaliza.

Imagem: Júlio Rezende

Fonte: Agecom//UFRN 

Sair da versão mobile